Os investimentos da AES Tietê em geração solar distribuída resultaram em seu primeiro grande contrato do tipo, fechado com a rede de farmácias mineira Drogaria Araujo. Por meio da construção de uma planta solar de 5 MW na divisa com São Paulo, perto da usina solar de Água Vermelha, a companhia vai gerar energia para abastecer as 145 lojas da rede de farmácias.
Esse é o primeiro projeto de maior porte de geração distribuída da companhia, que planeja crescer e liderar esse segmento de geração no país, disse o seu presidente, Ítalo Freitas, em entrevista ao Valor. “Esse projeto da Drogaria Araujo foi um marco, porque orientamos o cliente, mostramos os benefícios da geração distribuída, explicamos a regulação e a questão jurídica”, disse.
A AES Tietê não informou o valor do investimento, mas Freitas destacou que o grande diferencial do projeto da companhia foi o custo menor que o do mercado. “Buscamos uma sinergia que fez nosso produto mais competitivo”, disse Freitas. Isso foi possível, em grande parte, pela localização do projeto. A planta ficará ao lado da hidrelétrica de Água Vermelha, no rio Grande, divisa entre Minas Gerais e São Paulo.
Lá, a AES Tietê vai iniciar em breve as obras da usina solar Água Vermelha, de 90 megawatts-pico (MWp), contratada no leilão A-4 de dezembro. Também ficará na mesma região o complexo solar Boa Hora, de 91 MWp, que já está em construção.
A ideia é aproveitar os equipamentos das obras dos dois projetos na nova planta. A diferença é que os dois complexos solares ficam no lado de São Paulo, enquanto o projeto novo de geração distribuída ficará no terreno que a AES Tietê tem no lado de Minas Gerais. As placas solares compradas no exterior para os projetos também serão aproveitados no novo parque.
Pelas regras da geração distribuída, o consumidor não precisa instalar a geração próximo do local de consumo, desde que seja dentro da mesma área de concessão. A grande vantagem da geração distribuída é a redução de custos. O consumidor permanece conectado à rede, mas a energia gerada é injetada na rede e compensa aquela que é consumida. No caso da Drogaria Araujo, as unidades consumidoras ficam em Minas Gerais, o que viabilizou o negócio para a AES Tietê.
“Temos mais de 15 MW ainda para construir em Minas Gerais, e temos também projetos em outras áreas”, disse Freitas. Por meio dessas fazendas solares de maior porte, a companhia espera conseguir alcançar a liderança no segmento, que ainda é muito iniciante e pulverizado no país. A fazenda solar é da AES Tietê, que vai fazer o “aluguel” da energia gerada ao cliente. O investimento também é da companhia de energia.
Para a rede de farmácias, o objetivo do negócio é reduzir os custos com energia. “Por sermos a primeira no modelo drugstore, com lojas com metragem acima de 400 m2, o dobro da média do setor e a maior variedade de produtos inclusive de itens refrigerados e congelados, precisamos pensar em estratégias para economia de energia”, disse Modesto Araujo Neto, presidente da Drogaria Araújo.
Fonte: Panorama Farmacêutico