Além da oportunidade de aumentar o faturamento, a Black Friday também estimula os varejistas a investirem ainda mais na transformação digital e integração de canais, tanto em termos de comunicação quanto de logística. Segundo Horácio Razuk, diretor Superintendente da Zelo e aluno do Mestrado Profissional em Administração (MPA) da EAESP-FGV, o crescimento do faturamento com a data justifica os esforços na busca de uma integração cada vez maior entre as iniciativas digitais e a loja física. Para 2017 ele espera um aumento entre 10%-15% das vendas.
A estimativa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) é que as promoções movimentem cerca de 2,2 bilhões de reais. “No Brasil, a Black Friday foi um fenômeno que nasceu no e-commerce e depois foi adotado pelos lojistas tradicionais como forma de não ficarem para trás. A nossa primeira campanha de Black Friday para a rede toda foi em 2014 e também marca a data que contratamos uma agência especializada em mídia digital que hoje é a nossa principal ferramenta de divulgação. Para a campanha desse ano, estamos testando promoções específicas em algumas redes sociais para estimular a ida dos consumidores às lojas físicas”, afirma o executivo.
A Zelo não é a única organização que busca aumentar a integração entre esses canais, um movimento que parte do próprio consumidor. Pesquisa realizada pelo Google e IBOPE Inteligência mostrou que 73% dos internautas pretendem fazer compras nos sites de varejistas que também possuem lojas físicas, contra 51% que estão presentes apenas na Web.
A integração entre as vendas do e-commerce em uma região e a sua influência ou consequência nas vendas das lojas físicas nesse mesmo local é o tema da dissertação de mestrado do Superintendente da Zelo, que aproveitou os intercâmbios que realizou no curso (um na universidade Hitotsubashi no Japão e outro em Yale nos EUA) para conhecer melhor as experiências dos varejistas naqueles países e travar contato com diversos centros de pesquisa e inovação que investigam as melhores práticas e ferramentas para facilitar esta integração. “Os temas discutidos no MPA provocam uma reflexão diária sobre os efeitos da transformação digital no nosso negócio e isso vai guiar nossas decisões sobre expansão nos próximos anos”, afirma Horácio Razuk. Ele observa que o aumento no uso do celular tanto na pesquisa de preços (38%) quanto no ato da compra em si (30% este ano, contra 20% em 2016 segundo a pesquisa Google/Ibope Inteligência), só aprofunda e acelera esta integração.
Fonte: LinkedIn