Quase dois anos depois de adquirir 40% da rede de varejo de produtos in natura Hortifruti, a gestora suíça Partners Group fechou a compra da participação remanescente da família fundadora da empresa. O valor do negócio não foi revelado.
Com 43 lojas nos Estados do Espírito Santo, Rio e São Paulo, a Hortifruti deve registrar uma receita líquida da ordem de R$ 1,3 bilhão neste ano, segundo Gonzalo Fernández, responsável pelo escritório brasileiro da Partners. O resultado deve ficar estável em relação ao ano passado, principalmente em razão da queda do preço dos alimentos. “Em volume, as vendas aumentaram”, diz.
A compra da participação foi negociada de forma amigável e ocorreu por iniciativa dos fundadores, segundo Fernández. Mesmo sem ter uma função executiva, a ideia é que os ex-sócios permaneçam próximos à companhia. A Hortifruti já havia profissionalizado a gestão antes da saída dos sócios. No início do ano, a rede contratou como presidente Luiz Elisio Melo, ex- Pão de Açúcar.
A Hortifruti foi criada em 1989 em Colatina (ES), inspirada no modelo dos “sacolões” – venda de legumes e verduras pesados juntos, sob preço único. A Partners entrou na empresa no fim de 2015 ao adquirir a fatia da Bozano Investimentos, por um valor estimado em R$ 300 milhões. No mesmo ano, a Hortifruti reforçou a presença em São Paulo com a aquisição da Natural da Terra.
Com investimentos no país desde 2001, em negócios como a Arcos Dorados (operadora do McDonalds) e a fabricante de relógios Technos, a Partners Group tem um total de US$ 66 bilhões sob gestão. Com 100% da Hortifruti, o plano da gestora suíça é manter a expansão da rede, mas não em um ritmo muito acelerado. “Trata-se de um segmento difícil, que demanda experiência”, diz Fernández.
Apesar da complexidade, o varejo de alimentos segue no radar de grandes investidores. Entre os negócios realizados desde o ano passado está o aporte do fundo americano Catterton na rede Saint Marché e a volta da Bozano ao segmento, com o investimento na Oba Hortifruti. Mas a maior operação ligada ao ramo foi a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) do Carrefour Brasil, que movimentou R$ 5,1 bilhões.
Fonte: Valor Econômico