O vice-presidente da Aliansce, Rafael Sales, disse nesta quinta-feira (10) em teleconferência de resultados que a companhia está preparada para venda ou “reavaliar ativos” sem “retorno diferenciado”. A empresa também terá “processo mais formal de reavaliação estratégica”, disse diretor, sem dar detalhes.
Segundo informações que circulam no mercado, a venda de negócios tem como objetivo sair de operações com baixa participação ou retorno abaixo do esperado, em que a empresa não possa gerir o investimento ou não tenha possibilidade de aumentar fatia no negócio.
A companhia tem trocado lojas por outras mais rentáveis e, apesar de ser um movimento de ganhos a médio e longo prazo, isso afeta margem de forma mais imediata, disse o executivo.
A diretoria de relações com investidores ressaltou que a mudança de mix de lojistas em shoppings acaba compensando o efeito negativo da alta de descontos de alugueis para lojistas. Esses descontos aumentaram após 2016.
A direção informou que a Aliansce sentiu aumento em receita de locação em ‘quase’ todos os shoppings no segundo trimestre.
A empresa tem investimentos programados de R$ 80 milhões em 2017.
Recuperação
Sales disse que julho está sendo um mês “positivo” e que “a recuperação de vendas ainda será neste ano”. A Aliansce afirmou também que o processo de retirada de descontos em alugueis dados a lojistas ainda depende de uma melhora maior nas vendas. Na companhia, esses descontos duram três meses, em média, e depois são revistos para sua permanência ou retirada.
A Aliansce ainda mencionou que tem tirado lojistas com contas em atraso dos shoppings. A empresa adotou essa medida para entrada de uma rede de academias em uma espaço de um empreendimento no Rio de Janeiro.
Em relação ao desempenho financeiro, a Aliansce disse que quer fechar o ano com 35% a 40% da dívida exposta ao CDI, por conta do processo de redução dos juros — hoje é 26%. A relação entre dívida e patrimônio líquido da empresa ficou em 64,83% em junho, versus 67,95% em dezembro.
A Aliansce apurou lucro líquido de R$ 24,9 milhões de abril a junho, mais de 15 vezes a soma de 2016. A receita líquida subiu 4,8%. O melhor resultado final reflete queda das despesas operacionais de quase 47% e melhora nos resultados financeiros. As ações caíam 0,53% às 12h57.
Fonte: Valor Econômico