O Magazine Luiza está voltando a acelerar o processo de abertura de lojas, dentro de um plano de manter em funcionamento uma operação integrada, em que os pontos físicos impulsionem o comércio eletrônico, disse o comando da varejista na manhã desta terça-feira, durante teleconferência de resultados.
A direção da companhia afirmou que tem havido um retorno gradual dos consumidores para as lojas e para a compra de determinados produtos. O presidente do Magazine Luiza, Frederico Trajano disse que a venda online foi beneficiada por retirada de produtos em loja, serviço que existe hoje em 100% das unidades.
Ele destacou que a empresa fechou uma parceria com a 99Taxi em que a rede dá um bônus de R$ 20 ao cliente que comprar no site e quiser retirar o produto nas lojas. “Verificamos que o site cresce sem perda no atendimento, sem piora em serviço”, disse.
A empresa abriu 27 pontos em 12 meses, sendo 12 unidades no segundo trimestre. No ano passado o grupo havia desacelerado as inaugurações. A varejista afirmou que vai voltar a níveis históricos de 50 aberturas por ano, mas de lojas de baixo aluguel e baixo capital empregado.
A respeito da política comercial, Trajano disse que “se a venda cair”, a empresa “vai reagir, mudar estratégia e buscar volume”. “Não há estratégia comercial definitiva, se for necessário temos uma margem Ebitda saudável para a necessidade de usar política comercial mais agressiva”, disse.
Margem
Para o presidente da varejista, o aumento de racionalidade no mercado, com maior defesa de margens, ocorre sem representar necessariamente aumento de preços. “Existiam ‘players’ com margens muito baixas não suficientes para pagar despesas e esses não resistiram. Outros tinham margens baixas e foram obrigados a elevar para sobreviver por entendimento de acionistas. Mas racionalidade não significa sair aumentando preço”, disse.
Trajano afirmou também que a decisão da empresa de explorar o “marketplace” (shopping virtual) não é um medida “desesperada” para ter lucro. “Lucro já temos. Isso não é um ‘jump’ desesperado para salvar a operação”, disse. Há redes no país com prejuízo e ampliando o negócio de ‘marketplace’ para aumentar rentabilidade. A empresa ainda não divulga vendas brutas totais, incluindo ‘marketplace’, o chamado “gross merchandise value”.
O executivo disse ainda que o crescimento por regiões no país foi “equilibrado e bem distribuído”. E que o segmento de móveis tiveram recuperação de vendas no segundo trimestre.
A empresa apurou alta de quase seis vezes o lucro entre abril e junho, para R$ 72,3 milhões.
Segundo semestre
Trajano disse que acredita que a economia mais “robusta” no segundo semestre pode compensar a base de comparação mais “dura” do mesmo período do ano passado. A empresa informou fortes resultados na segunda metade do ano passado e, na comparação, isso pressiona para baixo os indicadores deste ano.
O executivo afirmou também que a empresa não está tão confortável com o maior volume de caixa disponível. “Avançamos, mas nossa estrutura de capital ainda não é ideal”, disse, ao mencionar a relação entre despesas financeiras e receita, que ainda não está no patamar considerado ideal para a rede.
Fonte: Valor Econômico