Como criar uma cultura baseada em respeito em uma época em que as instituições estão enfraquecidas? Esse foi o tema do fim de um dos painéis do primeiro dia de congresso do BR Week 2017 que tratou compliance na prática.
José Domingo Barral Amoedo, sócio da Cendon Barral Associados & Consultoria Administrativa, iniciou o debate falando do respeito como chave do sucesso das principais empresas de varejo.
“É preciso ter muito cuidado no varejo porque é comum as empresas acharem que só quem faz errado é o concorrente. Muitas vezes elas mesmas esquecem de questões de boas condutas de atividades internas, que constroem a companhia”, disse Amoedo.
A importância de ética
Executivo de umas das principais empresas de varejo do mundo e entre as que mais praticam compliance, Carlos Ely, diretor de relações institucionais do Wallmart Brasil, falou sobre a necessidade de se ter ética pessoal e profissional.
“Vemos situações muito graves acontecendo agora no Brasil envolvendo tanto empresas quanto o setor público. Acho que essas pessoas não perceberam que o mundo mudou e que a sociedade não aceita mais falta de ética”, completou.
CFO das Óticas Carol, Givaldo Martins defende que a criação e existência de código de ética dentro das companhias, independente do porte da empresa.
“O que podemos achar é que os líderes envolvidos na Operação Lava jato fizeram um código de ética para ter, mas não para cumprir. Vemos nesse tipo de situação a famosa ética de conveniência, infelizmente um ato comum na vida do brasileiro, que tantas vezes usa a vaga do idoso sem ter idade apropriada, por exemplo”, disse.
Para Sandoval Martins, CEO do Buscapé, a aplicação do compliance dentro da companhia pode trazer benfícios além de segurança e ética. Na visão do executivo, a adoção de um código de regras ajuda a fortalecer a marca.
“O varejo online é um pouco diferente dos bancos que já têm o compliance regulamentado. Para os nossos clientes nós temos que parecer e ser verdadeiro, transparente e ético”, completou.
Fonte: BRWeek