Com o crescimento da tecnologia para o varejo, consumidores desejam cada vez mais experiências de compra simples e acessíveis a um clique de distância: além de decidirem que produtos comprar e em quais lojas consumir, também querem escolher onde e quando as mercadorias serão entregues – com frete grátis, sempre que possível. A prova da ascensão do mundo omnichannel pode ser traduzida em números: o valor de itens comprados online no sistema ‘entrega imediata’ deve exceder US$ 4 bilhões em 2018, número que totalizava US$ 100 milhões em 2014.
Com a ascensão desse novo modo de consumo, varejistas de todos os segmentos estão investindo rapidamente para modernizarem sua logística – um esforço que movimenta grandes orçamentos. De acordo com dados da Bain & Company, empresas estão investindo mais de US$ 2 bilhões para cobrirem custos de novos sistemas e funções, como análise de dados e desenvolvimento de algoritmos de produtos e processos. Mesmo assim, algumas têm visto sua receita de venda cair de 1% a 2% por conta de custos crescentes dos sistemas de expedição e das pressões de preço causadas pela transparência dos valores online, afirma a consultoria.
Nesse sentido, a Bain & Company destaca que, para sobreviver, é necessário se adaptar às rápidas mudanças pelas quais o setor passa, economizando custos sempre que possível. E isso envolve tomar decisões estratégicas que a princípio podem parecer banais: um exemplo é substituir a entrega no endereço indicado pelo consumidor pela retirada de mercadorias em lojas ou centros de distribuição. A economia chega a 30% para os grandes varejistas e representa mais de 50% para os menores. Outras atitudes destacadas pela consultoria ao trilhar o caminho do sucesso são:
1) Volte ao básico: Entenda seu negócio e sua estratégia para o consumidor
Antes de definir as decisões de logística, é necessário analisar a estratégia de negócios e garantir que ela envolve o conhecimento claro de quais são os mercados em que a empresa quer atuar e como ela vai garantir sua sobrevivência neles ao longo do tempo. Para isso, é preciso conhecer a fundo o consumidor: a quais segmentos ele pertence, como ele compra, para onde ele pode migrar, como ele quer receber e devolver suas mercadorias, quanto estão dispostos a pagar por quais produtos.
2) Faça com que a logística apoie a sua estratégia de negócios
Hoje, é necessário que os varejistas realizem cada vez mais aportes em centros de entrega próximos às casas dos consumidores ou de seus locais de trabalho – e entreguem mais embalagens, menores, em qualquer localização. Esses fatores têm levado players menores a unirem forças para aumentarem em escala e preservarem margens de lucro.
3) Adapte seu modelo operacional
Decisões estratégicas e operacionais agora não dependem somente do setor de logística: marketing, merchandising, distribuição, transporte, T.I. e gerenciamento de loja devem se unir para delinearem as melhores estratégias dentro de cada organização: varejistas que miram o futuro estão realinhando seus processos de decisão para serem cada vez mais cross-funcionais. Apesar disso, a Bain & Company continua a ver empresas ainda operando tradicionalmente, o que tem grandes chances de trazer consequências desastrosas.
4) Use a tecnologia e análises
Varejistas agora precisam de algoritmos diferentes e melhores para a previsão de demandas: têm de descobrir exigências de entrega, estabelecer pontos de estoque, reordenar quantidades e regras além de determinarem se vão cobrar ou não pelo frete das mercadorias. Por conta disso, a Bain & Company frequentemente percebe um acúmulo de prioridades que foram definidas devido a fundos insuficientes ou falta de T.I. Nesse sentido, tecnologia antiquada, altos investimentos e falta de habilidades podem colocar muitas empresas em desvantagem em relação a concorrentes com abordagens de desenvolvimento ágeis ou a novos players que têm processos mais flexíveis.