O supermercado Public triplicou as vendas de fraldas infantis em três meses. Com duas lojas na capital paulista, a empresa aderiu a uma ferramenta do site PagPouco que dispara alertas a consumidores informando que o preço do produto é o mais baixo nos arredores onde as filiais atuam. “Oferecemos packs virtuais, com descontos maiores conforme aumenta a quantidade comprada”, explica Felipe Faias, diretor comercial. “Escolhemos essa categoria porque ela fideliza as mães de bebês”, acrescenta.
O supermercado conheceu a solução por meio de sua empresa de software especializada em varejo, a Bluesoft. Atualmente, o PagPouco atua em duas plataformas. Uma B2C – voltada ao consumidor final – e outra B2B, dirigida a empresas. Os dados da primeira alimentam a segunda. Para entender: no B2C, o consumidor pode comparar preços entre diferentes supermercados. Ele também consegue criar listas e até definir quanto quer pagar em produtos. Nesse caso, recebe notificações quando lojas próximas do seu endereço chegam no valor definido – como no caso do Public. Também é possível receber avisos de promoções, entre outras funcionalidades.
Lançada em novembro do ano passado, o site B2C começou a funcionar em Santos, no litoral do Estado de São Paulo. Hoje, o serviço foi estendido às cidades de São Paulo, Campinas, Fortaleza, Varginha, Belo Horizonte, Brasília e Goiânia. “Utilizamos aplicativos para IOS e Android, além da página na internet. Comercializamos franquias da nossa solução, o que ajuda o negócio a crescer”, afirma Bruno Fernandes, CEO do PagPouco. O número acessos alcança cerca de 120 mil ao mês, com crescimento médio mensal de 30% a 40%.
Os preços chegam à plataforma de duas formas. Uma delas consiste no recebimento eletrônico da informação devido à integração do sistema do PagPouco com o do cliente varejista. Cerca de 10% dos 800 supermercados que expõem seus preços na plataforma aderiram a esse modelo. Outra forma é pesquisar o preço direto na loja. Isso é feito por meio de um aplicativo próprio que coleta os preços diretamente nos terminais de consulta, disponíveis aos consumidores na área de vendas. “Com isso, agilizamos bastante o processo e reduzimos possibilidades de erros. Antes, demorava cerca de três horas para pegar os valores de todos os produtos listados. Hoje, isso é feito em aproximadamente 50 minutos”, explica Fernandes. Ao todo, são cerca de 50 a 60 pessoas, em todos os locais onde a startup atua, que realizam essa tarefa. Hoje, a pesquisa de preços é um dos serviços oferecidos aos varejistas. “De 20 a 30 clientes já utilizam nossa equipe nesse processo. Com isso, o supermercadista evita tirar mão de obra de atividades relevantes para os negócios, além de reduzir custos”, diz Fernandes.
Já a plataforma B2B converte os dados coletados no B2C em informações que podem ser utilizadas pelas empresas para tomada de decisões. Um dos módulos é o de pricing e concorrência. Nele, a empresa define os concorrentes que quer acompanhar e recebe diariamente relatórios de preços de produtos definidos anteriormente. Há ainda outra ferramenta que aponta tendências. “Ela permite ao varejista conhecer os itens que estão sendo inseridos nas listas dos consumidores do seu bairro ou região”, explica o CEO do PagPouco. A partir disso, diz Fernandes, o supermercadista pode definir com maior precisão o que promocionar. Outra possibilidade é saber quanto os consumidores desejam pagar numa determinada mercadoria, o que contribui para ajustar preços tanto para cima quanto para baixo.
Também existe um módulo destinado ao marketing. Com ele, é possível disparar avisos de ofertas ou ações diferenciadas para grupos específicos de clientes. “Imagine um supermercado que tem um lote de leite perto do vencimento e precisa desovar o estoque rapidamente. Ele pode definir, por exemplo, um comunicado que será disparado para mulheres de 30 a 50 anos, que tenham o produto em sua lista e que more na região sul da cidade de São Paulo. Dessa forma, a comunicação fica muito mais assertiva e rápida, pois não é preciso preparar um tabloide ou algum cartaz ou ação específica dentro da loja”, comenta Fernandes.
Além dessas ferramentas, o PagPouco prepara outros serviços aos seus clientes. Está iniciando um módulo de pricing automatizado, no qual o supermercado integra seu sistema ao da startup. Será possível cruzar o preço praticado na loja com, por exemplo, o registrado na região de atuação ou aquele que o consumidor deseja pagar. “O varejista abastecerá o nosso sistema com os seus parâmetros de negócios. Por exemplo: estar sempre 5% abaixo de um determinado concorrente. A partir das regras estabelecidas, a ferramenta do PagPouco dará sugestões de preços para tornar o supermercado mais competitivo garantindo ganhos importantes de margem”.
Outra novidade é a venda pela internet. “Teremos um market place, que começará a funcionar no início do ano que vem”, diz o CEO da empresa. Nele, o consumidor poderá comprar produtos nos supermercados que aderirem à solução. Ele poderá escolher se a compra vai ser entregue em casa ou retirada no próprio supermercado. “O varejista poderá utilizar sua própria equipe de logística ou a nossa”, explica Fernandes. O pagamento poderá ser feito com cartão.