O Grupo Bio Ritmo, dono da rede de academias que leva o mesmo nome e também da Smart Fit, recebeu aporte de R$ 100 milhões dos seus acionistas: o fundo soberano de Cingapura (GIC) e a gestora de private equity Pátria. A transação foi feita via aumento de capital, sendo que o GIC aumentou um pouco sua participação ao adquirir ações do fundador, Edgard Corona, segundo o Valor apurou. No entanto, os maiores acionistas continuam sendo o Pátria e o fundador e presidente da Bio Ritmo.
Os recursos do novo aporte, feito na mesma proporção pelos dois acionistas, serão destinados à expansão da rede nos próximos dois anos. Somente em 2017, estão previstas 140 novas unidades, sendo metade no México, Colômbia, Peru, Chile e República Dominicana. Atualmente, o grupo tem 314 academias distribuídas no Brasil e nos demais países da América Latina.
Apesar da crise econômica, a Bio Ritmo conseguiu crescer e deve fechar o ano com faturamento de R$ 1 bilhão, o que representa uma alta de 43% quando comparado ao desempenho de 2015. O número de alunos deve bater em 1 milhão até dezembro, um acréscimo de 33%. Esse crescimento foi puxado, principalmente, pela Smart Fit – rede de academias com mensalidades entre R$ 59 a R$ 79 criada em 2009 e que se tornou o carro chefe da empresa. A receita do sucesso foi uma combinação de academias voltadas basicamente para musculação, com equipamentos modernos de ginásticas e preço baixo. Em sete anos, o reajuste acumulado das mensalidades da Smart Fit não ultrapassa os 20%.
Mas diante do “cardápio limitado” da Smart Fit, que não oferece aulas específicas, e da onda de modalidades esportivas que surgem nas academias, a rede está investindo em novos serviços para agregar mais valor ao negócio. Entre as novidades que estão sendo adotadas na Smart Fit estão os treinos funcionais e a criação de linhas próprias de isotônico, suplementos e roupas para ginástica. “O investimento no desenvolvimento desses produtos foi de cerca de R$ 5 milhões. É um dos caminhos que encontramos para nos diferenciar. Fazer atividade física não é só a academia, tem o consumo no entorno. É como o cinema de quarta-feira, que é mais barato, mas tem a pipoca e o estacionamento, que continuam o mesmo preço”, disse Corona. “Nossa linha própria de produtos terá um preço 30% inferior, em média, aos produtos do mercado”, complementou.
A meta é que em 2017 todas as unidades da Smart Fit ofereçam os produtos próprios. Hoje, 30 academias já vendem os isotônicos. Os alunos contratam uma espécie de assinatura mensal por R$ 14,90 e têm direito a uma dose por dia. Para efeitos de comparação: uma garrafa de Gatorade custa em média R$ 5. A estimativa é que as vendas de isotônicos, suplementos e roupas movimentem entre R$ 32 milhões e R$ 43 milhões em 2017.
As unidades da marca Bio Ritmo, voltada ao público com maior renda, estão ganhando estúdios com aulas específicas para grupos pequenos.