A Inbrands, holding que reúne marcas de vestuário como Ellus, Richards e Tommy Hilfiger, apresentou piora nos resultados do segundo trimestre do ano, encerrando o período com prejuízo líquido de R$ 43,5 milhões, ante um prejuízo de R$ 10,4 milhões no segundo trimestre de 2015.
A companhia associou o resultado principalmente à queda nas vendas decorrente da recessão econômica no país, com menor fluxo de clientes nos shopping centers. Outros fatores que influenciaram negativamente o desempenho foram o aumento nos custos com produtos importados, dificuldade para repassar custos mais altos aos preços, antecipação da liquidação de inverno e aumento nas vendas de produtos a preços mais baixos, para reduzir estoques.
A receita operacional líquida caiu 5,3% no trimestre, para R$ 178,6 milhões. O melhor desempenho foi da Bobstore, com alta de 29,1% nas vendas, para R$ 33,6 milhões. As marcas VR e VR Kids e Salinas também apresentaram crescimentos no período, de 4,9% e 6%, respectivamente. As demais marcas tiveram queda. A marca Richards e Selaria Richards teve redução de 16,7% nas vendas, chegando a R$ 66,9 milhões.
Em relação aos canais de vendas, as vendas em lojas próprias recuaram 0,8% e as vendas no comércio eletrônico aumentaram 8%. As vendas em lojas de franquias caíram 9% e, nas redes multimarcas, tiveram redução de 5,9%.
As vendas no conceito mesmas lojas (unidades abertas há mais de um ano) recuaram 6,7%. A companhia ponderou que algumas marcas já apresentaram crescimento no conceito mesmas lojas, o que pode ser avaliado como um início de recuperação. No período, houve crescimento em mesmas lojas nas marcas VR e VR Kids (16,8%), Bobstore (5,4%) e Salinas (9,7%).
Os custos das mercadorias e serviços vendidos cresceram 0,2%, para R$ 72,2 milhões. As despesas operacionais recuaram 3,1%, para R$ 115,0 milhões. Pesou nos resultados um aumento de 11,6% nas depreciações de amortizações, para R$ 13,7 milhões, e uma perda de equivalência patrimonial de R$ 1,6 milhão, ante uma perda de R$ 74 mil um ano antes.
A Inbrands fechou o trimestre com prejuízo operacional antes do resultado financeiro de R$ 8,6 milhões, ante um lucro no segundo trimestre de 2015 de R$ 5,1 milhões. As despesas financeiras cresceram 33,7% no trimestre, para R$ 37,8 milhões. A companhia também apresentou uma perda com variação cambial líquida de R$ 472 mil, ante um ganho de R$ 1,1 milhão um ano antes.
O lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) chegou a R$ 5,1 milhões, com queda de 70,5% em relação ao mesmo intervalo do ano passado. A margem Ebitda baixou 6,3 pontos percentuais, para 2,9%.
Dívida
A Inbrands fechou o trimestre com dívida líquida de R$ 549,3 milhões, 19,7% acima do verificado em 2015. O aumento foi relacionado à compra de estoques para as próximas coleções e necessidade de capitalizar a joint venture com a Tommy, em parceria com os sócios.
A empresa destacou em relatório que concluiu a 4ª emissão de debêntures e o alongamento da dívida de curto prazo. Os vencimentos de principal começarão em 2018 e quitação final será em 2019. “Essa nova debênture, assim como o compromisso de capitalização de nossos investidores no valor de R$ 100 milhões, reforça a estrutura de capital da empresa, em especial no cenário macro e de crédito atual”, afirma.
A Inbrands encerrou junho com 372 lojas, sendo 199 lojas próprias (11,8% mais que em 2015); 177 franquias (aumento de 1,1%) e 5.164 lojas multimarcas (redução de 10,4%).