Pela segunda vez no ano, as expectativas de crescimento para o próximo mês superaram previsões de queda para o setor eletroeletrônico, de acordo com sondagem conjuntural de junho realizada pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) e divulgada nesta segunda, 25. O levantamento aponta que 49% esperam crescer as vendas/encomendas em julho, e 33% antecipam queda. Para o semestre, a expectativa é de crescimento para 42%, enquanto 33% aguardam recuo. Considerando o ano inteiro, 43% são otimistas e 35%, pessimistas.
Especificamente para o setor de telecomunicações e informática, são esperados resultados mais positivos a partir deste segundo semestre. Em junho, o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC) da Confederação Nacional da Indústria (CNI) caiu 4% em relação a maio (que teve alta de 7,9%). Apesar disso, a Abinee comemora o índice ter permanecido acima do apresentado em janeiro e 5% superior no comparativo com junho de 2015.
Segundo a associação, diminuiu o número de empresas com negócios abaixo das expectativas, que reduziram as indicações de demissões. Além disso, verificaram ajustes de estoques de componentes e matérias-primas. As expectativas com perspectivas favoráveis de vendas/encomendas para julho aumentaram 12 pontos percentuais (p.p.) e ficaram em 39% no comparativo do ano passado. Das empresas que observaram queda, o percentual reduziu de 57% para 45%. A entidade diz que, desde abril, as indicações de queda foram superiores às de crescimento.
Houve ainda uma redução no número de empresas com negócios “abaixo do esperado”, a terceira consecutiva: de 66% em abril para 51% em junho. Também registrou “aumento nas indicações de estabilidade” de 62% para 74%.
Há menos empresas demitindo funcionários (percentual caiu de 34% para 20% no período). Porém, apenas 3% das empresas do setor aderiram ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE). Para 39%, o programa não é necessário, enquanto para 30% as condições não são favoráveis.
Ainda de acordo com a Abinee, as empresas não mostraram dificuldades para adquirir componentes e matérias-primas (para 90%), com 40% percebendo pressões no preço “acima do normal”. Mas 48% sentiram pressões em outros custos, como energia, água e impostos. Em relação a financiamentos, 42% que indicaram que utilizam recursos para capital de giro disseram ter dificuldades, enquanto 55% das empresas disseram não recorrer a estes instrumentos