Dispositivo funciona será testado até as Olimpíadas por três mil pessoas
O banco Bradesco e a operadora de cartões Visa lançaram nesta quinta-feira, 16, uma pulseira inteligente, que substitui o cartão de débito. Ela funciona com tecnologia NFC (sigla em inglês de comunicação de proximidade) e será testada no período que antecede os Jogos Olímpicos, a partir de um projeto piloto com cerca de três mil pessoas. O investimento não foi divulgado.
Basicamente, a tecnologia embedada no novo dispositivo possibilita pagamentos por aproximação, em máquinas que transacionam com cartão. No Brasil, são cerca de 2,8 milhões desses equipamentos, chamados de POS, da sigla em inglês, e que já contam com a funcionalidade.
A Cielo, de Bradesco e do Banco do Brasil, tem o maior parque de terminais NFC, com 1,7 milhão, todos habilitados. Já a Rede (ex-Redecard), de Itaú Unibanco, responde por cerca de 1 milhão das máquinas, conforme uma fonte. A GetNet, do Santander, conta com 100 mil terminais habilitados com tecnologia NFC e o plano é de expansão, segundo informou o banco ao Broadcast.
Durante os Jogos Olímpicos, todos os 4 mil terminais de pagamento disponíveis dentro dos parques aceitarão a pulseira. O dispositivo está disponível somente no Brasil. No entanto, a Visa já desenvolve tecnologias de pagamento “de vestir”. No final do ano passado, lançou, durante a London Fashion Week, um anel que utiliza tecnologia NFC.
“O cartão de plástico não vai acabar, mas vai ser desconstruído. As transações vão migrar para outras tecnologias”, avaliou Percival Jatoba, vice-presidente de produtos da Visa Brasil, em coletiva de imprensa, nesta manhã.
Para efetuar o pagamento de uma compra com a pulseira de Bradesco e Visa, ambos patrocinadores dos Jogos Olímpicos, os usuários terão apenas de vesti-la e aproximá-la de um terminal NFC desde que a mesma já esteja ativada. Compras abaixo de R$ 50,00 não necessitam de senha. A pulseira é resistente a suor e à água, inclusive, salgada, e é válida por um ano. Não será, porém, comercializada neste momento, mas disponibilizada a cerca de três mil pessoas que vão participar do projeto piloto que incluem clientes, atletas da delegação brasileira, etc.
A pulseira atua como um cartão pré-pago que pode ser recarregado via cartão de débito ou boleto. Os usuários podem acompanhar o histórico de suas transações por meio de um aplicativo, recargas, saldo da conta ou bloqueio do dispositivo em caso de perda ou roubo. Em termos de tecnologia, a pulseira e todos os pagamentos wearable são protegidos pelos mesmos termos e condições aplicáveis aos cartões pré-pagos.
“A pulseira traz inovação e em nada se difere de uma transação com cartão com chip”, explicou Cesário Nakamura, diretor da Bradesco Cartões.