Abilio Diniz disse que talvez o seu maior erro em sua história tenha sido o fato de não ter feito um contrato “bem feito” com o Casino em 2005, quando foi definida uma maior capitalização no GPA (Grupo Pão de Açúcar) e acertado a transferência do controle do GPA ao sócio francês. “Esse foi um grande erro, porque em 2005 a gente já era sócio, viramos sócios em 1999, e aí fizemos um aumento de capital e foi definido um contrato ali e isso não foi bem feito e resultou em uma das maiores brigas societárias internacionais”, afirmou sexta-feira (10/6) durante evento na capital paulista.
“Então, eu aconselho, na hora do contrato, olhe com profundidade, se organize, ali é a hora de brigar, de ver o que está claro e o que não está. Se você contratar mal, a chance de discutir é enorme.” Com direito a exercer o controle do GPA em junho de 2012, o Casino fez a opção pós projeto mal sucedido, defendido por Abilio, de fusão de Carrefour e GPA. O Casino foi contra, a relação entre Abilio e os sócios franceses ficou insustentável e o brasileiro deixou o GPA definitivamente em 2013.
Abilio hoje é presidente do conselho de administração da BRF e membro do conselho do Carrefour no mundo.
Fé no Brasil
O executivo ainda disse acreditar que o País vive um “momento especial”, em que se começa a ter um novo governo e, com isso, volta a esperança de dias melhores. “Independentemente de ser bom ou não, com ele, retomamos a esperança e a confiança”, afirmou Diniz.
“Vejo este como um momento especial para o Brasil e, no momento, as pessoas têm que parar de pensar nelas e pensar no que é bom para o País.” Para Abilio, o período atual é de transição. “Temos ainda um período de interinidade e esse período sempre traz intranquilidade, mas isso vai passar.”