Para este ano, o crescimento da inadimplência do cartão Renner e de outros produtos financeiros deve ficar “bem abaixo” de 2015
A Lojas Renner espera margens operacionais em 2016 no mesmo nível do ano passado, mas não descarta de todo que os números possam vir menores diante do cenário negativo da economia, afirmou nesta terça-feira o diretor financeiro e de Relações com Investidores da varejista, Laurence Gomes.
“Para o ano, a gente continua com mesmas perspectivas sobre aquilo que a gente vem falando de crescimento mais moderado em relação a 2015 e buscando margens operacionais parecidas, e se vier um pouco abaixo, não será surpresa”, disse Gomes em teleconferência com analistas. Em 2015, a Lojas Renner teve margem operacional medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de 22,9%.
O desempenho no segundo trimestre, no entanto, depende das condições climáticas, acrescentou o executivo diante de um mês de abril com temperaturas acima da média e que tornam mais difícil a venda de artigos de inverno, que geram maiores retornos para a empresa.
A varejista informou na véspera que temperaturas mais altas e a recessão pressionaram os resultados no primeiro trimestre, quando o lucro líquido caiu 10,5% na comparação anual, a R$ 65,5 milhões.
Para este ano, o crescimento da inadimplência do cartão Renner e de outros produtos financeiros deve ficar “bem abaixo” de 2015, acrescentou o executivo.
Analistas do Brasil Plural afirmaram em nota a clientes que “as temperaturas continuaram altas em abril, a competição continuou agressiva e os problemas de coleção devem levar de 60 a 90 dias para serem resolvidos. Como resultado, acreditamos que os resultados fracos devem permanecer por no mínimo mais um ou dois trimestres, com potencial para afetar a margem bruta de varejo, que não sofreu no primeiro trimestre”.
Nos três primeiros meses do ano, a perdas no cartão Renner, líquidas das recuperações, atingiram 1,8% sobre a carteira total, ante 2,4% no mesmo período de 2015. Para a Renner, a melhora refletiu medidas adotadas desde 2014, com maior restrição na concessão de financiamentos e manutenção de limites aprovados de crédito dos clientes, além de maior eficiência na cobrança.
As ações da companhia iniciaram o pregão em queda de 3%, mas inverteram o sinal e subiam 1,5% às 15h51, enquanto o Ibovespa tinha ganho de 2,1%.