A era dos serviços e da inovação digital pediu passagem e norteia o presente e o futuro do varejo farmacêutico. Mas que decisões, na prática, serão determinantes para acelerar esse processo de transformação digital em 2020? Oito especialistas apontaram alguns caminhos.
“A tendência de descentralização das estruturas de atendimento incentivará o advento de startups especializadas no monitoramento remoto de consultas e na triagem e distribuição de medicamentos. As companhias tradicionais terão de se aproximar desse grupo de empresas”
Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail
“A oferta de testes laboratoriais remotos (TLR), assim que regulamentada pela Anvisa, agregará muito valor à farmácia e aumentará a resolutividade do cuidado farmacêutico. Os serviços têm margem mais alta do que os produtos e estão gerando, inclusive, outras receitas”
Cassyano Correr, coordenador do programa de Assistência Farmacêutica Avançada da Abrafarma
“O varejo despende esforços desnecessários com 30% dos serviços realizados no balcão. O aprimoramento da experiência de saúde, por meio de um atendimento personalizado e do uso da ciência de dados, contribuirá para reter clientes e minimizar desperdícios financeiros e de tempo”
Claudio Lottenberg, membro do conselho do Hospital Israelita Albert Einstein
“A implantação das salas clínicas exigirá o estabelecimento de objetivos e prioridades claras, e uma boa alternativa pode ser o emprego do método OKR (Objectives and Key Results). À medida que o cliente passa a trafegar por novos canais de venda e consumir novos serviços, o gestor poderá mapear rapidamente esse comportamento e estruturar uma oferta sob medida”
Fernando Ferreira, CEO da Syntropy
“O futuro da saúde será local e descentralizado, com as farmácias no centro desse novo ciclo. Mas devemos observar exemplos como o da CVS, que está abrindo mão de uma estratégia sustentada na abertura de lojas para investir em espaços de orientação clínica nas unidades já existentes”
Joel Dudley, diretor do Institute for Next Generation Healthcare
“A loja do futuro deverá ter um tráfego mais intuitivo. Mas é preciso assegurar que a venda seja efetivada em qualquer canal e a qualquer hora, sem gaps. Caso contrário, a migração para a concorrência será automática”
Ricardo Pastore, professor do núcleo de varejo da ESPM
“Embora o varejo farmacêutico registre um crescimento anual expressivo, uma observação mais minuciosa de cada nicho, como o de genéricos e os OTCs, é fundamental para sustentar essa evolução”
Sydney Clark, vice-presidente da IQVIA
“Os maiores vilões aparecerão de fora da indústria, incluindo startups e gigantes como Amazon e Alibaba, que já estão inseridas no setor. Evitar essa realidade exige decompor a cadeia de valor sob a ótica do consumidor e identificar pontos de atrito e de oportunidade”
Thales Teixeira, professor de marketing da Harvard Business School
Fonte: Panorama Farmacêutico