Mesmo com um cenário ainda incerto da economia brasileira, 69.7% dos lojistas virtuais do País pretendem aumentar o investimento no e-commerce nos próximos três meses. É o que aponta uma pesquisa inédita realizada pela consultoria independente eNext em parceria com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) em junho deste ano com 373 empresários do setor.
De acordo com o levantamento, 42% dos lojistas virtuais ouvidos pretendem aumentar entre 5% a 25% a proporção de investimento no e-commerce. Já entre aqueles que esperam investir acima de 25% somam 28% do total. Por outro lado, 24% desses empresários pretendem manter o ritmo atual de aportes.
A pesquisa mostrou ainda que as redes sociais lideram a preferência dos lojistas na hora de investir, com 44%. Os principais motivos que fazem destes canais mais atrativos são o aumento crescente das mídias sociais na tomada de decisão de compra e o empoderamento dos influenciadores, aponta o levantamento. O e-mail marketing, o uso de Search Engine Optimization (SEO, em inglês) e as plataformas de e-commerce também estão na lista de prioridades, com 43%, 43% e 35%, respectivamente.
De acordo com Gabriel Lima, sócio-diretor da eNext, o resultado da pesquisa demonstra a confiança dos empresários nesse setor. “O mercado de comércio eletrônico está descolado da realidade brasileira em relação à crise, mantendo-se confiante”, afirma. “Por outro lado, é interessante notar que os varejistas estão direcionando o investimento para canais mais eficientes e alinhados com as demandas dos consumidores”, complementa.
Alguns empresários que atuam no ecossistema de comércio eletrônico também reforçam essa tendência. “Existe de forma geral um otimismo dentro da nossa carteira de clientes que fizeram investimentos em novas tecnologias e também no ritmo de contratação para novos projetos”, afirma Luan Gabellini, sócio-fundador da Betalabs, empresa especializada em gestão de comércio eletrônico. “Sentimos varejistas tradicionais buscando o mercado online e também novos investidores em busca de oportunidades”, diz.
O empresário da Betalabs relata que, além dos investimentos tradicionais de marketing como redes sociais e SEO, há também um elevado volume de recursos em tecnologia móvel e adequação para sites responsivos. A busca por conveniência, como a modalidade de clube de assinaturas, modelo que ajuda o varejista a conseguir receitas recorrentes, também tem sido observado, diz Gabellini.
Os marketplaces também se tornaram bastante atrativos para esses lojistas virtuais, avalia Thiago Mazeto, gerente de Marketing da Tray, vertical de comércio eletrônico da Locaweb. “Neste ano tivemos um aumento de vendas principalmente devido aos marketplaces”, diz. De acordo com ele, o faturamento da empresa cresceu 17% nos seis primeiros meses do ano em relação ao mesmo período do ano passado.
O executivo da Tray reforça, porém, os investimentos em redes sociais, em SEO, em e-mail marketing e em inbound marketing. “São mídias mais baratas e de retorno a médio prazo, porém quando estão bem segmentadas são excelentes opções”, avalia Mazeto. “Em nossa base de clientes, o que tenho visto é o lojista buscando cada vez mais conhecimento desses novos canais de venda e buscando se especializar, migrando o investimento para essas mídias”, complementa.