Apenas quatro entre dez grandes empresas do varejo estão voltadas ao futuro e à inovação, de acordo com o novo estudo de tendências de mercado da empresa de consultoria Dexi Marketing. O estudo denominado “Trendme”, analisou 190 empresas e levou 18 meses para ser construído com análises de mercado do Brasil, Estados Unidos, Europa e sudeste da Ásia. O estudo será apresentado pelos autores no mês de setembro nas cidades de Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro.
Segundo o estudo, 62% das grandes empresas perderão as lideranças do seu segmento de mercado até 2030. O principal motivo, indicado pela pesquisa, será a falta de acompanhamento das tendências e mudanças do mercado. “Estamos acostumados a olhar a história, valorizar o passado e a experiência. Estas grandes empresas, se esforçaram para conseguir a liderança, entretanto, deixam de olhar para o futuro. Por isso, é fundamental entender as tendências e as movimentações do mercado”, explica Sérgio Barbi, Diretor Executivo da Dexi.
O estudo identificou 15 tendências que vão desde a mudança na forma como as pessoas vivem, trabalham, compram até previsões específicas para segmentos como alimentação, moda, tecnologia, design e outros. A seguir, Barbi revela algumas informações sobre as tendências que serão apresentadas nos eventos.
Consumidores procurando alimentação saudável exigirão inovações das empresas
“Identificamos que o mercado de alimentação saudável continuará crescendo e chegará a 21% do total em 2020. Mas a principal tendência do setor não é alimentação saudável, ela não está relacionada com a composição dos alimentos, mas com a forma como as pessoas se relacionam com eles. O centro das atenções está mudando e terá novos critérios de avaliação pelo mercado. A inovação nesse segmento será muito mais complexa”.
“O Techno Fashion chega com potencial de provocar mudanças significativas no mercado em pouquíssimo tempo, e não estamos falando de tecidos. As principais mudanças estarão relacionadas com a forma como as pessoas usam a moda, vários referenciais novos serão incorporados, e com as mudanças nos processos produtivos de roupas e acessórios”.
“A influência da ‘natureza’ na decisão de compra dos consumidores será mais próxima do controle e uso dos recursos naturais. As pessoas estão mudando o foco de atenção”.
“Imagine que o poder de influência que o Vaticano levou um milênio para alcançar, as redes sociais conquistaram em pouco mais de uma década. A era digital está transformando tudo ao nosso redor, principalmente a forma como nos relacionamos. Campanhas de marketing mais efetivas utilizarão mídias diferentes das tradicionais com novas métricas de avaliação de resultado”.
Redes sociais desafiam o marketing com novas métricas e campanhas diferentes
“Os clientes são únicos e a customização é uma das grandes fronteiras para o varejo. Os consumidores querem adaptar os produtos às suas necessidades e a tecnologia é um grande viabilizador”.
“Mais do que vender produtos e serviços, grandes marcas irão criar e gerenciar relacionamentos com os consumidores. Será mais vantajoso para as empresas extrair valor das relações com os clientes do que simplesmente vender algo a alguém. As relações comerciais se tornarão mais complexas, e vantajosas”.
“Boa parte da tecnologia que usamos diariamente é relativamente nova, ainda estamos assimilando o potencial de negócios com tantas novidades. Prepara-se para fazer negócios online, fora das lojas online”.
“Em 2020 teremos mais de 4 bilhões de consumidores online. A internet terá sua atuação ampliada, muito mais produtos e ofertas estarão disponíveis. É melhor se preparar para gerar valor online, e não apenas o volume”.
“A vida na era digital constrói uma enorme e muito valiosa corrente de dados dos clientes. As pessoas deixam rastros digitais por onde passam. Um varejista com visão no futuro, precisará de poucas pistas para antecipar o comportamento do consumidor e criar novas oportunidades de venda”.