Companhia sofreu pouco e deve sair bem da pandemia
Foto: Alex Silva/Estadão
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Segundo o CEO, nas crises, os consumidores tendem a ir para as marcas mais fortes, as que eles confiam
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A Renner definiu quatro pilares para combater a crise e quatro fases até a reabertura das lojas
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Apesar do fluxo baixo nas unidades, a conversão tem sido de praticamente 100%
“Temos a crença de que vamos sair bem dessa crise e que vamos avançar até mais do que em 2008″, afirmou Faccio durante a transmissão.
Recentemente, a varejista divulgou os resultados referentes ao primeiro trimestre deste ano. No período, o lucro líquido caiu 93,6%, para R$ 10,4 milhões, na comparação com o primeiro trimestre do ano passado. O lucro líquido da Renner, também controladora das marcas Camicado, Youcom e Ashua, foi de R$ 1,1 bi em 2019.
Confira abaixo os cinco pontos que, na visão do CEO da Renner, estão ajudando a empresa a superar a crise do coronavírus:
1- A marca e a organização financeira
“Em todas as crises, os consumidores tendem a ir para as marcas mais fortes e que eles confiam. Isso nos fortalece. As nossas ações estão entre as que mais se valorizaram, e isso é resultado de um propósito que faz sentido para os clientes e para nós, os stakeholders.
Cortamos várias despesas, realocamos os investimentos, mantendo apenas o que é importante para o momento e mantivemos o endividamento baixo. Estamos prontos para passar o momento e aproveitar as oportunidades que vão surgir ou estão surgindo.”
2- Os quatro pilares e as quatro fases
“No início de março, começamos a perceber que a doença poderia chegar no Brasil de forma mais forte. Foi então que trabalhamos para aplicar diversas medidas de saúde de segurança. Dividimos o plano em quatro pilares e quatro fases.
São eles: preservação da saúde; preservação dos empregos e de suas rendas; saúde financeira da empresa; e auxílio a quem está na linha de frente de combate a doença, a comunidade e elos mais frágeis da nossa cadeia.
Com relação às fases, na primeira, fechamos todas as 597 lojas. Na segunda, ajustamos o processo de operação para acelerar ao on-line e estabelecer o ‘novo normal’. A terceira, em que estamos agora, é a reabertura gradual das nossas lojas físicas: 37% já estão operando com segurança. A fase quatro é quando pudermos operar normalmente.”
3- Alta conversão de compras
“Nas lojas físicas, todos estão com as ações de seguranças implementadas: uso de máscaras obrigatório, medidor de temperatura e as pessoas respeitando a distância. O fluxo é muito baixo, o que deveria ser ruim, mas a conversão é muito alta e compensa. Normalmente, no varejo, o índice de 25% de conversão do seu fluxo é considerado bom. As pessoas que não compram estão só a passeio.
Neste momento, quem está a passeio, não vai a loja ou ao shopping. Então, o fluxo está muito baixo, mas a conversão é praticamente de 100% e o tíquete médio está um pouco maior. Com isso, estamos performando em torno de 62% a 65% do que seria em uma época normal sem a covid-19.”
4- Dinâmica do ‘novo normal’ nas lojas
“Fora a higienização da loja, dos produtos e dos equipamentos, que fazemos frequentemente, demarcamos nos pisos as distâncias necessárias ao longo da loja e nas filas e os caixa operam de forma alternada. Em algumas lojas, temos o autoatendimento via smartphone. Ou seja, o colaborador pode te atender de qualquer lugar da loja sem contato físico.
Temos ainda álcool em gel e estamos mantendo os provadores fechados, pois neste momento todos entendem que é uma boa prática. Também demarcarmos espaçamento fora da loja para não gerar fila do lado de fora, já que há um número de pessoas limitadas para entrar.”
5- Aceleração digital
“A crise só intensificou nossa estratégia digital. Estávamos com um crescimento anual de 50% no on-line e, mesmo com as lojas reabrindo, a participação pela internet ainda é muito grande. A nossa estratégia sempre foi a aceleração do digital com a integração das lojas físicas. Queremos oferecer uma conveniência cada vez maior para os consumidores.
Não tenho como afirmar o quanto a participação do on-line vai ser quando todas as lojas estiverem abertas, mas vai ser muito maior por vários motivos. Um deles é que estamos com um MVP de venda via WhatsApp, que já funciona em Porto Alegre e vai para os outros estados.”
Fonte: Estadão