Segundo estimativa da Ebit, o comércio eletrônico brasileiro deve crescer até 15% e faturar perto de R$ 50 bilhões em 2017. Mesmo que, em uma avaliação do varejo nacional as vendas através da internet estejam longe de representar 10% do total movimentado, é impossível negar que o comércio virtual mudou em definitivo a forma como se compra e vende mercadorias hoje em dia – e vai mudar ainda mais no futuro.
Para mim, nunca foi tão urgente analisar o comportamento do consumidor e investir para que ele tenha uma experiência agradável.
Na maior parte dos casos, ele poderia comprar o produto buscado pela internet. Porém, se o consumidor decidiu sair de casa, é obrigação da marca garantir que o processo de compra seja inesquecível.
Abaixo, enumero quatro preocupações chave, para mim, sobre o varejo físico se manter tão relevante na era do e-commerce:
1 – Ler o consumidor
É essencial trazer para o comércio tradicional a facilidade com que o mundo online conversa com a indústria e gera informações que permitem aprimorar produtos. O e-commerce tem acesso direto aos dados de consumo dos clientes.
A tendência é que as lojas físicas comecem a fazer isso também, com dispositivos que fazem o foot tracking e permitem entender e analisar o caminho que os consumidores fazem dentro de uma loja.
Entendo também que num futuro próximo, os PDVs farão sugestões de produtos para seus clientes, de maneira semelhante a internet, que mostra anúncios segmentados. Para isso, também serão utilizadas etiquetas RFID, espelhos inteligentes, apps sincronizados, cadastro universal, entre outras estratégias do meio.
2 – Experiência é mais que consumo
Experiências relevantes são o futuro do varejo físico. Nesse contexto, lojas segmentadas se tornam hubs de encontro para consumidores de determinados nichos.
Pop-up stores oferecem coleções exclusivas e experimentação de produtos, e shoppings podem ser reconfigurados para acentuar ainda mais o seu atrativo como destino de lazer, com o comércio como complemento.
3 – Integração entre canais
Todos os canais de venda precisam estar conectados e complementarem um ao outro, com a possibilidade de trocas nas unidades físicas de compras feitas no e-commerce, por exemplo, ou a implementação de conceitos como “click and collect” e “pick-up in store”, os quais permitem recolher na loja uma mercadoria adquirida via internet.
É o omnichannel, um conceito muito discutido e pouco posto em prática, um paradigma que precisa mudar.
4 – Tecnologia é só um suporte
Varejistas bem-sucedidos usam a tecnologia para potencializar o elemento humano central do varejo, e não substituí-lo.
Inovações devem ajudar os vendedores e gerentes no dia a dia, mas o essencial é ter apenas o suficiente para incentivar os clientes a olharem, tocarem, experimentarem e comprarem mais. A tecnologia deve ser um facilitador e nunca uma distração da experiência da loja física.
Fonte: E-Commerce Brasil