Pesquisa da consultoria Nielsen revela também que 61% dos consumidores reduziram gastos com entretenimento fora do lar e 64% despesas com combustível e energia elétrica
O brasileiro está dando nó em pingo d’água para economizar no dia a dia. Esse movimento, que acontece desde o início do ano passado, atinge várias frentes: do carrinho do supermercado às horas de lazer em família, e até o botão ligado do stand by da TV.
“Com mais de 10 milhões de desempregados no País, o consumidor está com o bolso apertado”, afirma Domenico Filho, líder de indústria da consultoria Nielsen, que monitora o consumo.
Segundo ele, a retração do consumo ocorre de forma generalizada. Mas destaca que a classe C, a nova classe média que emergiu nos últimos tempos e que agora dá um passo atrás na escala social, é quem está puxando para baixo o consumo de itens básicos. Pesquisas feitas pela consultoria ao longo de 2015 e no início deste ano mostram que 61% dos brasileiros estão economizando no entretenimento fora do lar, 64% reduziram os gastos com combustível e eletricidade e 44% decidiram trocar as marcas preferidas pelas mais baratas para continuar levando para casa os mesmos produtos.
A migração de marca atinge todos os itens: alimentos, bebidas, higiene e limpeza. Com isso, mais 50% dessas categorias tiveram perda de venda de marcas líderes. Domenico diz que o movimento afeta até artigos de higiene e beleza, que normalmente passam ilesos pelas crises.