A XP Investimentos posiciona o varejo farmacêutico como um dos segmentos mais promissores no mercado financeiro em 2021, graças ao acelerado processo de transformação digital e do modelo de atendimento. Mas quais são os players que nortearão a farmácia do futuro? Para a consultoria, três redes sobressaem nesse contexto.
Empresa ascendente
Uma das figurantes dessa lista pode parecer uma surpresa, mas a d1000 vem trabalhando intensamente para obter alavancagem financeira e projetar uma expansão nacional. Hoje a rede administra 300 unidades das bandeiras Drogasmil, Farmalife, Drogaria Rosário e Drogarias Tamoio, com presença apenas no Rio de Janeiro e nos quatro estados do Centro-Oeste. “Porém, no último mês de agosto, levantou R$ 400 milhões em um IPO e está bem capitalizada, além de ter atuado com rigor na recuperação da produtividade das lojas”, comenta Danniela Eiger, analista de varejo da XP.
A consultoria, no entanto, avalia que a primeira etapa de crescimento da d1000 deve se basear no Rio de Janeiro e no formato popular, pouco explorado no estado. “Seguindo esse conceito e a estimativa de ter 220 novos PDVs até 2025, a rede pode ter um crescimento médio de 20% nesse período”, prevê. O potencial de valorização das ações é de 50,1%.
Um obstáculo para a d1000 reside na baixa liquidez atual, em torno de R$ 4 milhões de volume médio diário. Como parte da estratégia para atenuar esses riscos, a empresa vem apostando no aumento do tíquete médio. Segundo o ranking da Abrafarma, em um ano a empresa saltou da 21ª para 12ª posição em faturamento por cliente no grande varejo farmacêutico.
Rede fortalecida pela governança
Após a reestruturação iniciada em 2016 com aquisição de parte do capital pela General Atlantic, as Farmácias Pague Menos fortaleceram a governança corporativa e apresentam potencial de valorização acionária de 54%, o maior índice no setor. “A rede tem como público-alvo a classe média expandida, que responde por 75% do Ebitda. E 2/3 das lojas concentram-se nessa audiência. É um mercado de R$ 100 bilhões, em comparação a R$ 25 bilhões entre as classes A-B”, observa Danniela.
A Pague Menos projeta abrir 500 PDVs até 2021, inicialmente concentrados no eixo Norte e Nordeste. “Ao apostar em mercados onde já possui mais experiência, a rede pode alcançar um crescimento médio anual de 12%”, acrescenta. A XP entende que as salas de assistência farmacêutica e a aposta em produtos de marca própria devem ancorar a fidelização desse público, mas faz um alerta. O avanço da concorrência nessas regiões e com lojas de formato popular representa uma novidade para os consumidores e pode reduzir os ganhos.
Varejista quer ser um hub de saúde
Na visão da XP, a Raia Drogasil tem como fortalezas a capilaridade e a liderança das marcas Droga Raia e Drogasil. Essas duas características sustentam o investimento da rede para se tornar uma plataforma de saúde e consolidar seu marktplace, que pode adicionar até R$ 2,5 por ação. O potencial de crescimento acionário da Raia Drogasil está estimado em somente 7%, mas o preço-alvo é o maior – R$ 27.
O incremento médio anual da receita deve girar em torno de 15%. Porém, junto dos benefícios podem vir os riscos da expansão. “O fato de a RD mirar outras regiões, onde ainda não é uma marca consagrada, e um modelo popular ao qual não está habituada podem comprometer a expansão. E a operação de um marketplace ainda é muito complexa e relativamente nova para o varejo farma”, conclui Danniela.