23/12/2015 às 05h00 Por Adriana Mattos | De São Paulo A Via Varejo, controladora de Casas Bahia e Ponto Frio, informou ontem que deverá comprar 28 mil unidades de produtos estocados na Cnova, companhia que reúne as operações dos sites destas mesmas redes, entre outros negócios. A Cnova deve vender R$ 24,5 milhões em mercadorias para a Via Varejo, a preço de custo, ou seja, valor de compra da indústria, apurou o Valor. As duas companhias tem como principal sócio o grupo francês Casino. O faturamento da Via Varejo, que deve comprar os estoques, vem encolhendo neste ano. A Cnova cresce a uma taxa de dois dígitos no ano. Essa operação de transferência das mercadorias deve ser feita porque a Cnova estaria com estoque alto, acima do previsto para este período do ano, segundo apurou o Valor. São “produtos de alto giro”, informou ontem em ata da reunião do conselho de administração da Via Varejo. Por mercadoria, o preço médio é de R$ 880. A Via Varejo não informa na ata se as suas redes estavam com falta desses itens em estoque, o que também justificaria essa compra das mercadorias da Cnova. Essas mercadorias podem ir para a Via Varejo para reforçar o estoque das vendas promocionais de início de 2016, os “saldões”. Os dados de setembro de 2015 mostravam a Via Varejo com estoques avaliados em R$ 2,67 bilhões em setembro de 2014 somavam R$ 2,8 bilhões. A Cnova não publica dados de estoques no Brasil. A transação recebeu sinal verde do comitê financeiro da Via Varejo, conforme informações prestadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O comunicado diz que a compra ocorre nos termos da política para transações com partes relacionadas da companhia. Apesar de a operação de compra dos estoques da Cnova estar aprovada pelo colegiado, se a Via Varejo entender, nas próximas semanas, que não há mais necessidade de fazêla, ela não será concluída. Segundo fonte, isso deve depender, em última instância, do apetite do consumidor pelos produtos oferecidos pelos sites da Cnova. Até novembro, o mercado de varejo eletrônico desacelerava fortemente. E a Cnova tem crescido de forma mais acelerada no Brasil do que a Via Varejo. Para efeito de comparação, enquanto as lojas físicas da Via Varejo tiveram queda nas vendas líquidas de 22,7% de julho a setembro deste ano, os sites da Cnova cresceram 9,8%.
Valor Econômico – SP