Enquanto supermercados devem vender 1% mais, crescimento na modalidade será de até 20%
PUBLICADO EM 21/12/15 – 04h00
JULIANA GONTIJO
O preço mais baixo, nesses tempos de orçamento apertado, está fazendo com que muitos consumidores troquem as compras nos supermercados tradicionais pelos atacarejos, estabelecimentos que vendem tanto no varejo quanto no atacado. A dona de bufê Anália Santiago Passos já sentiu a diferença: ela conta que, dependendo do produto, a economia pode chegar a 40%. No geral, é mais barato. Eu compro produtos para o meu negócio e para a minha casa, diz.
Ela sai de Raposos, na região metropolitana de Belo Horizonte, para comprar num atacarejo na região central da capital. Tenho ido menos ao supermercado, pois está muito caro, reclama.
O desempenho das vendas dos atacarejos confirma a mudança do comportamento dos consumidores. Enquanto os supermercados mineiros devem crescer 1% neste ano, segundo estimativa da Associação Mineira de Supermercados (Amis), os atacarejos devem faturar até 20% mais, na comparação com 2014.
Esse percentual é o previsto pelo Decisão Atacarejo, segundo o diretor financeiro, Leonardo Vilaça. Com a crise, o consumidor ficou mais atento ao preço. Mas, com ou sem crise, todo mundo gosta de economizar, diz. De acordo com ele, em média, os preços no atacarejo são 15% menores que nos supermercados. Se o consumidor comprar mais quantidade, caixas, por exemplo, a economia pode chegar a 25%, dependendo do produto, ressalta.
Até curso. Além de pessoas físicas, merece destaque entre o público do Decisão os trabalhadores informais, como doceiras e salgadeiras, que são chamados de transformadores, que representam de 70% a 75% das vendas. Seja para complementar a renda ou por motivo de desemprego, muitas pessoas começam a fazer doces ou salgados para vender. Também há famílias que vêm juntas para comprar, diz. Para atender esses transformadores, a rede tem uma escola de culinária com cursos que, além das receitas, incluem dicas de precificação e venda dos produtos.
Caravanas. E não é apenas o Decisão que vem registrando crescimento nas vendas mesmo com a crise. No Apoio Mineiro, a comercialização de 2015 é 15% maior que a do ano anterior, segundo o gerente de negócios do Grupo Super Nosso que é proprietário do atacarejo , Hamilton Almeida. Chegamos a receber caravanas em algumas de nossas lojas, conta. Sem revelar percentuais, o diretor comercial do Mart Minas, Filipe Martins, diz que a rede vendeu mais neste ano do que em 2014. É um crescimento de dois dígitos, diz.
Investimento e expansão estão nos planos para 2016
Com crescimento nas vendas em patamares bem acima do verificado nos supermercados neste ano, os atacarejos vão continuar expandindo em 2016. O Mart Minas vai abrir quatro novas lojas, conforme seu diretor comercial, Filipe Martins. Serão duas na região metropolitana de Belo Horizonte, uma no Triângulo Mineiro e outra no Sul de Minas, diz, sem revelar o valor do investimento.
Neste ano, a rede de atacarejo inaugurou duas lojas: a segunda unidade de Uberlândia e outra em Araguari. Hoje, são 17 pontos em Minas Gerais.
O Decisão Atacarejo também está em expansão, segundo o diretor financeiro Leonardo Vilaça. O nosso projeto são duas novas lojas nos próximos dois anos, diz. Hoje, a rede conta com quatro lojas físicas, sendo duas em Belo Horizonte (centro e Venda Nova), uma em Santa Luzia e outra em Sete Lagoas. Temos também uma loja virtual, inaugurada em novembro deste ano, que atende toda Belo Horizonte, diz.
O Apoio Mineiro abriu duas lojas em 2015, nas cidades de Santa Luzia, em fevereiro, e Lagoa Santa, em novembro, ambas na região metropolitana de Belo Horizonte. Para 2016, o planejamento está sendo feito, segundo o gerente de negócios do Grupo Super Nosso dono do atacarejo , Hamilton Almeida. As perspectivas são boas, já que a previsão é de crescimento nas vendas na casa dos 10%.
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