O varejo de vestuário cresce no quarto trimestre em relação ao mesmo intervalo de 2016 e a expectativa é de que vai seguir uma trajetória ascendente em 2018. É o que prevê a consultoria Iemi Inteligência de Mercado, tida como referência para o setor de têxtil e de vestuário.
Para o ano de 2017, a consultoria projeta um crescimento de 6,5% no volume de peças vendidas, chegando a 6,15 bilhões de peças. Em valor nominal, a previsão é de um crescimento de 8,8%, para R$ 192,23 bilhões.
Para o próximo ano, a Iemi projeta um crescimento de 3,2% no volume de vendas do varejo de vestuário, chegando a 6,34 bilhões de peças. Em valor nominal, a previsão é de um aumento de 6,3%, para R$ 204,34 bilhões.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no acumulado de janeiro a setembro, o varejo de tecidos, vestuário e calçados apresentava alta de 7,8% em volume vendido. O setor de vestuário apresentou um desempenho mais forte no quarto trimestre do ano passado, tornando a base de comparação para este ano mais alta em comparação com os três primeiros trimestres do ano.
“A expectativa para o setor é de um Natal bom. Mas 2018 ainda será um ano um pouco turbulento. Por isso, adotamos uma previsão conservadora”, afirmou Marcelo Prado, diretor da Iemi Inteligência de Mercado.
Prado considerou que 2018 será um ano com muitos feriados no meio da semana, que podem ser emendados, com Copa do Mundo da Fifa e eleições. Esses três fatores tiram produtividade das empresas e afastam os consumidores das lojas – inclusive as de vestuário. “O ano de eleições também pode gerar instabilidade política, dependendo da evolução da [corrida] presidencial”, acrescentou o analista.
Prado também ponderou que parte do desempenho de vendas das empresas dependerá do clima, especialmente no caso das coleções de inverno.
Do lado positivo, a Iemi cita o câmbio mais estável, que pode favorecer as importações das empresas de varejo e estimular uma volta do investimento na importação de tecidos e peças mais sofisticadas, com diferencial de moda.
A Iemi faz as projeções com base em informações das indústrias e redes de varejo. Edmundo Lima, diretor-executivo da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex), afirmou que as previsões estão em linha com as estimativas de suas associadas. A entidade reúne as principais redes varejistas de moda do país, como C&A, Forever 21, Cia. Hering, Marisa, Inbrands, Renner, Restoque, Riachuelo e Zara.
“As varejistas de vestuário enxergam um cenário mais positivo para 2018. Os juros mais baixos, a volta do crédito para os consumidores e a inflação mais baixa acabam proporcionando uma sobra na renda das famílias, o que favorece o consumo como um todo”, afirmou Lima.
Segundo o executivo, as empresas associadas à Abvtex trabalham com expectativa de elevação de vendas em volume e valor no próximo ano. Ele acrescentou que as companhias estão mais dispostas a desenvolver coleções com mais informação de moda e maior valor agregado, aproveitando o movimento de retomada do consumo.
Fonte: Valor Econômico