03/11/2015 20:11
Por João José Oliveira
SÃO PAULO A Multiplus, empresa de programas de fidelidade por coalizão controlada pela TAM, pode elevar
em 33% o universo de participantes e chegar a 18 milhões de clientes nos próximos trimestres, apesar dos
impactos provocados pela recessão e pela valorização do dólar ante o real, disse o presidente da companhia,
Roberto Medeiros.
Segundo ele, a companhia pode melhorar os indicadores de faturamento e rentabilidade com o aumento da base
de clientes e de empresas parceiras, que sustentem o engajamento dos participantes.
De acordo com balanço divulgado nesta terçafeira pela Multiplus, os pontos emitidos pela empresa no terceiro
trimestre deste ano cederam 9,6% na comparação com igual período de 2014. Já os resgates cresceram em 2%,
uma taxa que desacelerou a expansão em 2015, já que o acumulado entre janeiro e setembro na base anual está em
9,5%.
A Multiplus fechou o terceiro trimestre com 425 parceiros, queda de 8,6% ante setembro de 2014. Já a base de
participantes apresentou crescimento de 11,8%, atingindo 13,5 milhões de pessoas. Há espaço no mercado
brasileiro para seguirmos crescendo até uns 18 milhões de participantes, disse Medeiros.
O câmbio afeta o acúmulo por meio do cartão de crédito”, disse o executivo, Segundo ele, a recessão afeta os
gastos dos consumidores. E o dólar mais valorizado ante o real gera menos pontos acumulados, pois a operação é
cotada em moeda americana. Mas na crise, as pessoas passam a dar mais valor aos resgates de programas de
fidelidade, afirmou.
Para contornar esses fatores, a Multiplus tem ajustado a rede de parcerias. Estamos incrementando as
alternativas de acúmulo e de resgate em relação ao cartão de crédito, disse Medeiros, citando novos acordos com
a Even Construtora (imobiliários), a Smart Fit (academias) e a Easy Taxi (transporte). Prova de que essa
estratégia tem dado certo é que nossa taxa burn/earn [percentual de resgates de pontos em relação aos pontos
acumulados] bateu recorde na empresa, atingindo 92%, disse Medeiros.
O executivo admitiu que o controle de custos e as receitas financeiras também foram fundamentais para que o
lucro líquido aumentasse no terceiro trimestre a um ritmo bem superior ao da receita.
A receita financeira atingiu R$ 99,2 milhões, 177,9% mais que um ano antes. De acordo com a empresa, essa
performance expressiva aconteceu em razão de recente alocação de parte do caixa da companhia em fundos
cambiais ligados a dólar
Valor Econômico on-line – SP