29/10/2015 19:51
Magazine Luiza quer ser empresa digital com
pontos físicos
Por Cibelle Bouças
SÃO PAULO A rede varejista Magazine Luiza decidiu reforçar a área de comércio eletrônico, como parte do
plano da companhia de se tornar uma empresa cada vez mais digital. A companhia quer deixar de ser uma
empresa de varejo com comércio eletrônico para ser uma empresa digital com pontos físicos e calor humano para
os consumidores, afirmou Frederico Trajano, diretor de operações do Magazine Luiza.
De acordo com o executivo, 20% do faturamento da companhia que foi de R$ 12,6 bilhões em 2014 é obtido com
vendas online, feitas por meio do site da loja e de catálogos criados por 10 milhões revendedores diretos em
mídias sociais, como o Facebook. Hoje, mais da metade dos brasileiros acessam a internet pelo celular. O mundo
caminha para a tecnologia móvel. A empresa segue esse processo, afirmou o executivo.
Trajano considera que as vendas online podem chegar a representar 50% da receita da companhia no prazo de
cinco anos, considerando a tendência de evolução do comércio eletrônico no país. Não é uma meta da
companhia. É um número possível, avaliando a tendência do mercado, disse.
Trajano, disse que a expansão do serviço de comércio eletrônico, com o lançamento de aplicativos, não vai
substituir lojas já existentes. E acrescentou que a varejista não fechou lojas no primeiro semestre do ano. O
executivo estima que, no próximo ano, 50% das compras online da varejista serão feitas de smartphones.
Atualmente, esse percentual é de 30%.
Hoje, a Magazine Luiza lançou um aplicativo que permite fazer compras com um clique. O aplicativo tem versões
para os sistemas operacionais Android, do Google, e iOS, da Apple. A expectativa da varejista é ter 5 milhões de
usuários cadastrados em um ano.
A companhia também anunciou um aplicativo para revendedores efetuarem vendas usando o celular. A
companhia informou ainda que coloca no ar até o fim do ano um shopping virtual (market place), que vai
ampliar o mix de produtos vendidos na internet de 45 mil itens para 500 mil a 1 milhão de produtos.
Trajano disse que, no prazo de dois anos, os estoques das 780 lojas serão integradas ao aplicativo e os usuários
terão a opção de comprar pelo celular e retirar o produto na loja mais próxima.
Em relação ao cenário atual de desaceleração no comércio eletrônico, o executivo disse que a companhia
apresentou desaceleração em vendas online no primeiro semestre, mas que vê tendência de recuperação no
futuro. Existe uma tendência estrutural de crescimento no futuro, afirmou.
Trajano acrescentou que 2015 tem sido um ano difícil para a companhia como para as concorrentes. O ano está
difícil para nós como está para os outros. Mas decidimos não nos deixar influenciar pela crise, disse. De acordo
com a ebit, o comércio eletrônico brasileiro cresceu 16% no primeiro semestre, para R$ 18,6 bilhões. Em 2014, o
crescimento foi de 25,9%.
Valor Econômico on-line – SP