10/09/2015 às 05h00 Por Cibelle Bouças | De São Paulo A Alpargatas desenvolveu um novo formato de lojas de franquia para a sua rede Havaianas, desta vez voltado para venda roupas, acessórios e sandálias. As unidades terão de 80 a 120 metros quadrados de extensão e serão abertas em shopping centers. A Alpargatas fechou o segundo trimestre do ano com 387 lojas da Havaianas no Brasil e 149 unidades no exterior. Do total de lojas no país, 384 unidades são franquias e três são lojas próprias. As unidades atuais possuem de 35 a 40 metros quadrados e têm como foco a venda de sandálias, alpargatas, tênis e alguns acessórios, como toalhas e mini bolsas. A meta da companhia é abrir neste ano oito lojas de franquia com o novo modelo. Carla Schmitzberger, diretora de negócios da Alpargatas, disse que a companhia testou o modelo nas três unidades próprias que possui em São Paulo e no Rio de Janeiro. Com a abertura das franquias, a empresa vai fechar o ano com 11 lojas no formato “completo”. A abertura de lojas desse tipo no exterior está prevista para 2017. O primeiro mercado alvo, segundo a executiva, será a Europa. “A experiência que a companhia teve nas lojas próprias mostrou que no novo modelo as vendas de sandálias continuam e há um incremento com a venda de vestuário e acessórios”, disse a executiva. Carla não divulga a previsão de vendas para as lojas completas. Ela disse apenas que o investimento inicial varia de R$ 300 mil a R$ 400 mil e o prazo de retorno do investimento vai de 24 a 36 meses. Por enquanto, a abertura das novas lojas de franquia será feita em São Paulo e no Rio de Janeiro. Carla disse que alguns franqueados, que já possuíam lojas da Havaianas, substituíram o modelo antigo pelo novo. “Se um franqueado já possui um bom ponto, não faz sentido abrir outra loja. A expectativa é que haja substituição de parte das unidades menores pelos novos formatos”, afirmou. As linhas de vestuário serão compostas por itens de moda casual e moda praia. A ideia da companhia é adotar um posicionamento de preços intermediário, entre uma C&A e uma Richards, nas palavras da executiva. Os itens de vestuário vendidos pela Alpargatas nas lojas da rede Havaianas são desenvolvidos pela equipe de design da companhia e fabricados por confecções terceirizadas. De acordo com a empresa, a maior parte da produção é feita no Brasil. Alguns produtos à base de um algodão especial vêm do Peru. Carla disse que é possível que alguns itens sejam fabricados pelos mesmos fornecedores da Osklen, mas que não há uma relação direta entre as marcas. “As duas marcas continuam operando de forma independente, para preservar a natureza de cada marca”, disse a executiva. Ela observou que as linhas de vestuário das marcas Topper, Rainha e Mizuno também são desenvolvidas de forma independente. Em relação ao cenário atual, Carla disse que compreende o momento delicado da economia brasileira, mas a empresa ainda há potencial de vendas. “A oferta de vestuário e calçados com preços não muito altos se torna uma opção interessante neste momento de crise. Este será um momento de aprendizado e vai preparar a companhia para uma nova expansão no momento em que a economia voltar a crescer”, disse a diretora. O novo modelo de franquia faz parte dos planos da Alpargatas de transformar a empresa de fabricante e varejista de calçados em uma empresa de marcas globais desejadas. No Brasil, segundo a executiva, as sandálias Havaianas já têm uma participação de mercado alta em um segmento maduro, o que torna difícil gerar crescimento. “No Brasil, a expansão de Havaianas se dará com a extensão da marca para outras categorias. Globalmente, há espaço para expandir a marca em sandálias e outros segmentos”, afirmou. Como parte do plano de expansão de marcas, a Alpargatas também anunciou nesta semana um acordo com a Safilo, segunda maior fabricante de óculos do mundo atrás da Luxottica, para produzir linhas de óculos de sol com a marca Havaianas. As linhas serão vendidas globalmente, pela Alpargatas e também pela Safilo.
Valor Econômico – SP