Atacarejo cresce com consumidor pressionado por crise econômica
quarta-feira, 2 de setembro de 2015 19:45
Por Luciana Bruno
SÃO PAULO (Reuters) – A inflação elevada e a queda da renda dos brasileiros têm contribuído para elevar a presença de consumidores finais nas lojas de atacarejo, o que tem ampliado as vendas de redes como Assaí, do Grupo Pão de Açúcar, e Roldão, apesar da queda da demanda de comerciantes, clientes tradicionais do segmento.
De acordo com o presidente do Assaí, Belmiro Gomes, a rede já percebeu um crescimento das vendas de produtos como arroz, feijão, açúcar e leite por conta do aumento no número de consumidores, inclusive de classes mais altas, para compras do mês ou para eventos como datas comemorativas.
O Assaí é vice-líder de mercado no atacarejo do país depois do Atacadão, do grupo Carrefour.
Segundo Gomes, categorias de produtos como farinha de trigo e muçarela, mais adquiridos por pizzarias e pastelarias, e batata-frita têm tido forte redução de vendas, diante da menor saída dos consumidores para refeições fora de casa, especialmente à noite.
“De um lado percebemos uma desaceleração dos clientes comerciantes, especialmente o pessoal de ‘food service’ noturno tem reclamado muito, tem tido queda forte (de vendas) e é um público importante do nosso negócio”, disse Gomes, sem informar o percentual da queda de vendas.
“Mas, por outro lado, temos registrado um aumento do consumidor final, que está buscando o atacado como uma alternativa para ter preços mais baixos.”
Segundo estimativas de consultorias de mercado, os preços dos atacadões ou atacarejos, que vendem produtos também a consumidores finais, são, em média, 15 por cento menores na comparação com supermercados e hipermercados tradicionais.
O atacadista paulista Roldão tem registrado a mesma tendência vista no Assaí. De acordo com Alexandre Primo, gerente de marketing da empresa, o faturamento tem subido a taxas de dois dígitos altos até julho, com previsão de manter esse aumento nos últimos trimestres do ano, mesmo com a menor demanda dos comerciantes.
Agência Reuters – SP