Por Redação SM – 27/07/2015
Para empresários, jornada atual faz com que o setor tenha um quadro de funcionários maior do que precisa em alguns momentos e menor do que o necessário em outros
Quinze entidades de varejo e serviços (incluindo bares, restaurantes e franquias) estão em discussão com o governo a respeito da criação de uma jornada móvel de trabalho. A ideia é criar uma cota “flex”, em que os horários de trabalho atenderiam à flutuação de clientes. Aposentados, trabalhadores da terceira idade, jovens e estudantes poderiam trabalhar, por exemplo, de quinta-feira a domingo ou apenas duas vezes por semana, conforme suas possibilidades e segundo a demanda do estabelecimento ou loja.
Para os empresários, as regras trabalhistas atualmente em vigor atendem uma economia voltada para o setor industrial desde a criação da CLT, na década de 40, e precisam ser modernizadas. A legislação prevê que a jornada pode ser alterada se houver acordo coletivo negociado com sindicatos. A lei que regulamentou a profissão do comerciário, de 2013, permite jornada de seis horas diárias em turnos de revezamento.
“Com a jornada atual, o varejo tem quadro de funcionários maior do que precisa em alguns momentos e menor do que o necessário em outros”, afirma o consultor Eduardo Terra, que preside a SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo), entidade com executivos, empresários e especialistas do setor.
Segundo Adriana Flosi, vice-presidente da Facesp (Federação das Associações Comerciais de SP), a mudança beneficiaria também os trabalhadores de várias idades. Ao menos 1 milhão de jovens abandonam o estudo por ano, segundo o MEC, porque não conseguem ir à escola e trabalhar ou porque não têm renda para manter os estudos, como informa a vice-presidente. “Um aposentado pode não ter energia para trabalhar oito horas por dia, mas ter para duas. E um jovem pode querer trabalhar só aos finais de semana”, diz a executiva. “Ninguém quer retirar direitos do trabalhador. A ideia é permitir formas menos engessadas de contratação.”
Para compensar a jornada menor, uma das ideias pode ser valorizar a hora trabalhada dos que atuarem no esquema móvel de contratação.
Exemplo
Nos EUA, o Walmart contrata pessoas acima de 55 anos como repositores de prateleira nos horários de menos clientes. “São grupos com jornadas móveis e muitos trabalham para complementar a renda”, diz Ivo Dall’Acqua Junior, vice-presidente da FecomercioSP.
Fonte: Folha de S. Paulo
Revista Supermercado Moderno online – SP