Londres. O Brasil foi o sexto principal destino de Investimento Estrangeiro Direto (IED) no mundo em 2014. O dado consta de pesquisa anual realizada pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad). Apesar de o fluxo de investimento produtivo para o Brasil ter caído 2,3% no ano, o País ganhou uma posição no ranking porque o fluxo para a Rússia despencou 69,7%.
Segundo o levantamento anual publicado no World Investiment Report, o Brasil recebeu US$ 62,495 bilhões em investimentos produtivos no ano passado. A cifra foi pouco mais de 2% menor que a registrada um ano antes, quando o País recebeu US$ 63,996 bilhões. De acordo com o relatório, o ano de 2014 foi o terceiro seguido em que o fluxo de IED para o Brasil caiu na comparação anual. Os números não são iguais aos apresentados mensalmente pelo Banco Central (BC) porque as instituições usam conceitos diferentes para o cálculo dos dados.
A lista é liderada pela China (US$ 129 bilhões), seguida por Hong Kong (US$ 103 bilhões), Estados Unidos (US$ 92 bilhões), Reino Unido (US$ 72 bilhões) e Cingapura (US$ 68 bilhões). Em meio às sanções internacionais impostas após a crise na Ucrânia, o total destinado à Rússia caiu quase 70%, para US$ 20,9 bilhões. Assim, o País passou de quinto destino global de IED em 2013 para a 16ª posição no ano passado.
Setores
O relatório da Unctad nota que a ligeira queda do total de IED para o Brasil foi liderada pelo setor primário, cujo volume de investimento total caiu 58% em um ano, para cerca de US$ 7 bilhões. Já os fluxos de IED para o setor manufatureiro cresceram 5%, para US$ 22 bilhões, e para o segmento de serviços aumentaram 18%, para US$ 33 bilhões.
Entre os setores que mais receberam investimento no Brasil, a Unctad cita que a atração foi liderada pelo comércio (US$ 6,8 bilhões), seguida por telecomunicações (US$ 4,2 bilhões), petróleo e gás (US$ 4,1 bilhões) e segmento automotivo (US$ 4 bilhões). A despeito das demissões vistas em várias montadoras atualmente, o setor foi o que mais aumentou o total de IED para o País em termos absolutos no ano passado: US$ 1,4 bilhão.
O relatório da Unctad divulgou ainda estimativa de que o Brasil registrava estoque acumulado de IED de US$ 754,769 bilhões no ano passado. O valor é mais de seis vezes maior que o observado no ano 2000, quando o valor citado pela entidade era de US$ 122,250 bilhões.
Filiais
Dados da Unctad também mostram que empresas brasileiras com filiais no exterior têm mandado cada vez mais recursos para as sedes no Brasil. Segundo o levantamento anual World Investiment Report, multinacionais brasileiras receberam US$ 3,540 bilhões das subsidiárias instaladas em outros países.
“Multinacionais brasileiras continuaram a receber pagamentos de empréstimos ou a tomar crédito de suas filiais no exterior, resultando em um fluxo negativo de investimento brasileiro no exterior”, explica o relatório apresentado pela entidade das Nações Unidas.
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