16/06/2015 às 05h0
Por Adriana Mattos | De São Paulo
A Península Participações, empresa de investimentos da família Diniz, exerceu o direito de ampliar a sua participação no Carrefour Brasil de 10% para 12%, apurou o Valor. Em dezembro, quando Abilio Diniz concluiu o acordo com a varejista, foram desembolsados R$ 1,8 bilhão por 10% da empresa e, pelo contrato, a Península poderia aumentar essa fatia para 12% até o dia 17 de junho. Foram investidos aproximadamente R$ 370 milhões para a ampliação dessa posição, segundo fonte a par do assunto. O fundo soberano de Cingapura (Government of Singapore Investment, ou GIC, na sigla em inglês), entra como investidor indireto. Após alguns meses de negociações com cerca de 20 a 30 investidores nacionais e estrangeiros, a Península amplia a fatia e o GIC se torna cotista do Fundo de Varejo O3, administrado pela O3 Gestão de Recursos, gestor de investimentos da Península. Este fundo de varejo, por sua vez, tem 100% das cotas do Península II Fundo de Investimento em Participações, que passou a ter 12% do Carrefour Brasil. A transação foi concluída na sextafeira. O contrato assinado entre Abilio e o Carrefour, quando o empresário adquiriu 10% da subsidiária, já contemplava a possibilidade de um terceiro investidor. Segundo apurou o Valor, quatro fundos estavam na fase final de negociações, e considerouse a ideia da entrada de pelo menos dois fundos, mas o GIC decidiu comprar todo o lote de ações disponível. Procurada, a Península informou que não comenta sua estratégia de investimentos. Caso não houvesse demanda de interessados, a ampliação na fatia seria feita com investimentos da própria Península. Pelo acordo entre as partes fechado em 2014, Abilio Diniz tem até cinco anos para ampliar participação no Carrefour Brasil de 12% até o limite de 16% nos próximos cinco anos. Com essa movimentação, a Península estreia na área de captação de recursos de terceiros este é o primeiro investimento fechado por meio de parceria da empresa, e novos movimentos neste sentido podem ocorrer na área de consumo e serviços, apurou o Valor. A gestora O3 analisa a hipótese de abrir captações para terceiros para concluir investimentos pontuais em outros negócios. Isso tende a aumentar a capacidade de a Península fechar novas operações no mercado. O patrimônio da empresa de investimentos é estimado em cerca de R$ 11 bilhões e calculase que o Carrefour (com a fatia no Brasil e com a posição acionária no grupo no mundo) estaria representando cerca de R$ 4,5 bilhões, apurou o Valor. A Península ainda tem 5% do Carrefour no mundo. Não há mudanças no conselho de administração do Carrefour no país, com Abilio e Eduardo Rossi, presidente executivo da Península, como membros. Abilio Diniz e o fundo de Cingapura têm as mesmas formas de saída do investimento na varejista, que pode ocorrer, por exemplo, por meio de uma oferta pública inicial de ações (IPO, da sigla em inglês) da subsidiária. O fundo de Cingapura tem ampliado aportes no país. Em maio, comprou fatia da Rede D’Or. Em 2014, adquiriu 18,5% da Abril Educação.
Valor Econômico – SP