12/06/2015 às 05h00
Por Adriana Mattos | De São Paulo
Georges Plassat, 66 anos, o executivo que tem conseguido dar rumo ao Carrefour, foi ontem reeleito para a presidência executiva e do conselho de administração do grupo pelo período de três anos. Para o comando do colegiado, teve votos de uma maciça maioria 89,05% dos acionistas em assembleia geral anual, em Paris, num sinal claro de apoio à sua gestão. Plassat reforçou a necessidade de criar uma empresa melhor preparada para o futuro, mencionou ações nesse sentido como impulsionar as vendas online, negócio ainda com pouca expressão no grupo e falou em “dar poder para um maior número de pessoas”, sem diluir poder, mas compartilhandoo. Abilio Diniz, com 5% das ações do grupo, não esteve presente na reunião, e votou antecipadamente a favor de todas as matérias da pauta. Abilio não teve o nome indicado (ou fez indicação ao colegiado), como já se esperava, e segundo antecipou o Valor. Plassat tem negado tanto nos bastidores e mais publicamente nos últimos dias que esteja em pauta uma discussão em torno da separação das funções de presidente da rede e do conselho. No ano passado, a imprensa francesa repercutiu informações de que Abilio poderia ter interesse em ocupar a cadeira de comando do colegiado. Em entrevista ao “Journal du Dimanche” dias atrás, Plassat falou que esse assunto “não é notícia” e não está na pauta. No encontro com acionistas, Plassat confirmou que dois executivos da empresa, PierreJean Sivignon e Jerome Bédier, que lideraram o grupo quando ele se afastou por razões médicas, em fevereiro, devem manter a função de diretoresadjuntos na empresa, além dos cargos que já ocupam. “O tamanho desse grupo merece uma organização mais forte”, disse. Ainda ontem, Plassat mencionou a operação brasileira e Abilio Diniz algumas vezes. Questionado por um acionista sobre o negócio local, disse que Abilio conhece como poucos o varejo e que a sociedade com a Península Participações, companhia de investimentos do empresário com 10% da subsidiária pode ajudar a atrair investidores externos a uma eventual abertura de capital no país. Foi aprovada ontem a indicação ao conselho de Patricia Lemoine e Philippe Houze, ligados à família Moulin, sócia do grupo, com 9% das ações. A indicação e votação de novos membros ocorrem nessa reunião anual. Um nome pode ser sugerido pelo comitê de indicações ou um acionista com mais de 0,5% das ações pode apresentar uma indicação na assembleia para votação. Mas só uma vez ao ano, na reunião de acionistas. A próxima assembleia será em junho de 2016, quando Abilio poderia, eventualmente, ter seu nome indicado. Sobre a operação, o presidente disse que o Carrefour vai “entrar no digital com mais confiança e coragem, permitindo que [o negócio] seja complementar para as lojas”. Recuperação de parte dos resultados e do valor de mercado da empresa pavimentou a reeleição de Plassat que tornou-se CEO quando as vendas estavam estagnadas e o lucro em queda em 2011. Em 2014, as vendas subiram 4% e o lucro subiu 24%. A ação, cotada a 17 quando Plassat tornouse CEO, fechou ontem em 30.
Valor Econômico – SP