Peso pesado do e-commerce fecha parceria com fabricante de software que permite incorporar produtos de até 1.600 lojas online nos sites operados pela empresa no país
Rodrigo Carro
rodrigo.carro@brasileconomico.com.br
Empresa do Grupo Casino que opera os sites Extra.com.br, Ponto Frio.com e Casas Bahia.com, a Cnova fechou acordo que permitirá mais que duplicar o volume de lojas virtuais presentes em seu marketplace plataforma de comércio eletrônico que integra numa mesma página as ofertas de diferentes varejistas.
A parceria firmada em meados de abril abre as portas das lojas virtuais controladas pela Cnova para produtos de até 1.600 pequenos e médios varejistas online 90% no segmento de moda que utilizam software de gestão desenvolvido pela brasileira e-Millennium.
Com a incorporação gradual das lojas, a Cnova pretende ampliar a oferta de artigos de moda sem necessidade de investimentos em integração de sistemas.
Atualmente, a companhia global de e-commerce conta com pouco menos de mil lojas dentro do marketplace.
Uma empresa generalista como a nossa nunca vai ter a eficiência de um especialista num determinado produto, explica Vicente Rezende, diretor de Marketing da Cnova.
Ao crescer o número de lojas, ganhamos mais abrangência.
Além de ampliar a abrangência do seu sortimento de produtos, a adesão de mais varejistas ao marketplace significa aumento de receita para a Cnova, já que a empresa fica com um percentual de cada venda realizada pelo parceiro dentro da plataforma.
Na outra ponta, pequenas e mé- dias lojas ganham exposição em sites de grande visibilidade em 2014, a empresa tinha 7,29 milhões de consumidores ativos no país, de acordo com dados divulgados este mês em uma apresentação para investidores.
O investimento é zero para a Cnova e zero para a Millennium, conta Samuel Gonsales, gerente de Produtos da e-Millennium, braço de software de gestão da Millennium Network.
A expectativa da empresa é de que a migração feita de forma negociada amplie em 30% as vendas dos clientes nos primeiros 12 meses.
A integração deles ao marketplace da Cnova será feita de forma quase automática, por meio do software já usado pelos cerca de 1.600 clientes.
À Cnova, caberá fazer uma espécie de curadoria.
É uma forma de garantir a qualidade do produto, da entrega, dos serviços. Afinal, temos nossas marcas e os nossos clientes, resume Rezende, CMO da Cnova.
Para Ricardo Michelazzo, CEO da GS&Ecomm, divisão de e-commerce da consultoria Gouvêa de Souza, o maior ativo da Cnova é sua base de consumidores, que reconhece a marca e interage com ela.
Ao optar por crescer agregando outros varejistas, sem o custo de integração de sistemas, a empresa amplia a oferta de produtos sem aumentar estoques.
Na Amazon, mais da metade do resultado de vendas vem do estoque de terceiros, conta.
A maior rede hoteleira do mundo, a Airbnb, não tem nenhum quarto próprio.
Num mercado disputado como o de software de gestão, o acordo com a Cnova é uma maneira de a e-Millennium se diferenciar da concorrência, dando destaque a seus clientes.
O mais importante é que os clientes tenham alguma iniciativa de e-commerce. Quanto mais serviços oferecermos, maior a chance de fidelizarmos e retermos esse cliente, diz Gonsales.
A e-Millennium comercializa software em um modelo de assinatura mensal onde o cliente paga pelo número de acessos (senhas distintas).
Hoje, os 1.600 clientes representam um total de 31 mil usuários cadastrados.
A adesão desses varejistas ao e-commerce representa a possibilidade, no médio e longo prazo, de rentabilizar a base de usuários, com a venda de mais acessos.
Varejista online lança categoria de produtos industriais
A Americanas.com também está diversificando sua oferta de produtos, só que em uma categoria na qual ainda não atuava.
Controlada pela companhia de comércio eletrônico B2W Digital, a Americanas.com acaba de lançar uma categoria para linha industrial de produtos, voltada para donos de restaurantes, bares, escolas e padarias, entre outros estabelecimentos.
Ao todo, foram incorporados 500 novos itens à loja virtual entre máquinas de gelo, fogões industriais, fritadeiras e processadores de alimentos.
O objetivo é oferecer aparelhos mais potentes e eficientes, voltados para atender as necessidades de estabelecimentos comerciais.
Brasil Econômico – SP