MARIANNA PERES
Da Editoria
Apesar das incertezas em relação à economia brasileira e do clima pessimista que começa a atrapalhar as relações comerciais, o mato-grossense deverá ampliar em quase 19% a previsão de consumo, quando comparada ao ano passado, ao passar de R$ 50,75 bilhões para R$ 60,24 bilhões. A maior parte do desembolso anual, 40%, será para custear despesas com alimentação (11,3%) e a manutenção do lar (contas de água, luz, gás, impostos, aluguel, que juntas vão abocanhar 28%), que somam R$ 21,27 bilhões do total projetado pela IPC Marketing.
Conforme dados divulgados ontem e que integram o estudo IPC Maps 2015, a intenção de aumento também está contabilizada na análise do Brasil. A estimativa é de que o consumo registre R$ 3,73 trilhões, crescimento de R$ 468 bilhões (cerca de 14,3% nominais sobre 2014, quando registrou R$ 3,26 trilhões).
Por mais um ano, a classe B será o alicerce do consumo mato-grossense, com projeção de desembolsar R$ 23,23 bilhões. A classe A, R$ 5,93 milhões, a classe C, R$ 18,91 bilhões e a classe D/E R$ 5,38 bilhões. Juntas, B e C, responderão por quase 70% do consumo em 2015, ou, R$ 42,14 bilhões de um universo previsto de R$ 60,24 bilhões.
Cuiabá, que segue como o principal centro de consumo do Estado, deverá contabilizar R$ 12,82 bilhões. No ranking nacional, a Capital tem a 41ª maior estimativa de consumo do Brasil e o Estado, a 15ª. No Centro-Oeste, é o 3º, atrás de Goiás com R$ 123,52 bilhões e Distrito Federal com R$ 80,53 bilhões. Mato Grosso do Sul tem previsão de R$ 60,24 bilhões.
Em outra comparação, Mato Grosso se destaca no país pela demanda vinda da população rural. Pouco mais de 10% dos R$ 60,24 bilhões que deverão ser gastos pelos mato-grossenses, ou R$ 6,77 bilhões, virão do campo, percentual praticamente inalterado em relação ao ano passado. Em Góias, por exemplo, estado de grande vocação agropecuária, o consumo do campo é de pouco mais de R$ 8 bilhões em um universo de R$ 123,52 bilhões previstos para esse ano.
A expansão anual nos gastos de consumo do mato-grossense elevou também a participação do Estado no share nacional (mercado), que em 2015 chega a 1,61% dos mais de R$ 3,7 trilhões do país, ante 1,55% do ano passado.
BRASIL – Os reflexos participativos regionais apresentam pouca variação nos ajustes. A liderança no consumo é do Sudeste registrando uma participação de 49%, ante os 49,2% do ano passado. O Sul projeta elevação para 17,7%, contra os 16,8% consumidos em 2014. Enquanto o Nordeste registrará a fatia de 19% (em 2014, foi de 19,5%) o Centro-Oeste fica com 8,4% e o Norte 6%, ante os 8,5% e 6% registrados no ano anterior, respectivamente.
Os números, segundo a IPC, os números para 2015 consolidam o fenômeno da interiorização, ao bater no patamar de 70% do consumo nacional. As capitais vêm apresentando quedas sucessivas neste índice. Dos 32,5% apontados no ano passado, a perspectiva é chegar somente aos 30% absorvidos pelas 27 capitais federativas, em 2015.
50 MAIORES – Os 50 maiores municípios brasileiros responderão por 40,3%, em 2015. No ano passado, foram 42,6%. No topo do ranking, destacam-se os mercados de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Curitiba, Porto Alegre, Fortaleza, Goiânia, Recife e Manaus, seguidos por cidades de grande concentração populacional do Estado de São Paulo (como Campinas, Baixada Santista, ABCD, São José dos Campos, Sorocaba, etc.) entre outras regiões metropolitanas do país, como Cuiabá, na 41ª posição do ranking nacional.
OS GASTOS – Os itens básicos lideram o consumo, como manutenção do lar 26,7%), alimentação 17,1% sendo 11,9% no domicílio e 5,2% fora dele e 1,2% com bebidas, transportes 7,5%, sendo 4,7% com veículo próprio e transporte urbano 2,8%, saúde, medicamentos, higiene pessoal e limpeza 7,1%, vestuário e calçados 4,6%, materiais de construção 4,4%, seguidos de recreação e viagens 3,2%, eletrônicos-equipamentos 2,3%, educação 2,2%, móveis e artigos do lar 1,9% e fumo 0,6%.
O estudo IPC Maps se baseia em dados secundários, atualizados e pesquisados por meio de fontes oficiais de informação como as do IBGE, utilizando metodologia própria, em uso há mais de 20 anos.
Segundo Marcos Pazzini, diretor da IPC Marketing, este é o primeiro estudo de potencial de consumo lançado para o mercado, que traz as mais recentes modificações introduzidas, em termos de valores monetários e classificação econômica.
Observa-se que a população deve chegar a 204,5 milhões de pessoas, apresentando um aumento de 0,84% para uma densidade de 24 habitantes/km2. O número de mulheres permanece maior do que o dos homens (51% contra 49%). A população urbana deve responder por 84,7%, elevando o consumo urbano per capita anual a R$ 20.013,43.
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