27/03/2015 às 05h00 Por De Paris O comando mundial do Carrefour disse ontem que o grupo não precisa fazer uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) no Brasil, após a venda de participação minoritária da subsidiária brasileira para o empresário Abilio Diniz. Mas que, apesar disso, o plano está mantido. “O IPO era para ter um vínculo local e ficar mais perto do mercado. Agora já temos a nossa base local e não precisamos [fazer o] IPO. O compromisso assumido era estar pronto para uma oferta de ações, do ponto de vista administrativo, em 2015. Mas, mesmo assim, nós mantemos o plano. O mais provável é que quando as condições de mercado permitirem, faremos o IPO”, disse PierreJean Sivignon, diretor financeiro do grupo Carrefour. A companhia diz que, independentemente da oferta, “tem recursos para desenvolver o negócio no Brasil”, e o capital levantado numa eventual operação não será usado para reduzir endividamento da empresa no mundo. O executivo foi questionado sobre as informações que circulam no mercado de que Abilio Diniz poderá aumentar sua participação no capital total da companhia no mundo. Abilio tem 2,4% de participação no Carrefour global, segundo dados de dezembro de 2014, e também detém 10% do capital da subsidiária brasileira. Sobre a fatia do empresário na empresa mundial, Sivignon disse que Abilio pode aumentar sua participação como qualquer outro investidor. O comando da companhia ainda afirmou que Abilio Diniz não relatou neste ano ao grupo nenhum aumento da sua posição acionária na companhia, com ações negociadas na bolsa de Paris. A cada aumento de um ponto percentual qualquer investidor precisa relatar movimentação à companhia, segundo o estatuto da rede. A direção do grupo não quis comentar a situação política e econômica do Brasil. “Não cabe a nós tratar dessa questão”, disse o diretor. Sivignon ainda mencionou que a rede precisa melhorar nos próximos anos seu nível de fluxo de caixa no mundo. “Nosso fluxo de caixa ainda não é suficiente e essa melhora é um dos nossos objetivos para os próximos três anos. Isso é necessário para qualquer varejista que opera bem.”
Valor Econômico – SP