10/03/2015 CAROLINE BITTENCOURT – Diretora de Inteligência de Mercado do Grupo Bittencourt Em nossa última missão aos EUA, na qual levamos uma delegação de executivos brasileiros para a Convenção Anual da IFA (International Franchise Association), tivemos uma visão clara de aspectos do mercado americano que, se implantados aqui, trariam mais força para o franchising, que luta resiliente frente às adversidades econômicas que passamos ultimamente. Ressalto alguns deles como uso da tecnologia, formalização e execução de processos, identificação do parceiro ideal e benchmarks com a rede. Um dos aspectos chave é a questão do uso da tecnologia em prol da eficiência e da produtividade das operações. Os franqueadores de lá estão amplamente amparados pela tecnologia para prover melhor gestão dos leads de venda de franquias, da performance das unidades e também da capacitação das equipes. Em uma das visitas técnicas, conhecemos a Nothing Bundt Cakes, rede com mais de cem unidades que conduz sua área de expansão com apenas uma pessoa. Todo o gerenciamento dos contatos dos interessados na franquia e dos leads é feito por uma executiva que conta exclusivamente com a ajuda de um sistema online que permite acompanhar o candidato desde a manifestação de interesse até o fechamento do contrato. Eficiência que foi conquistada por que souberam aliar a tecnologia aos seus processos, que também são muito bem desenhados. Esse, aliás, é outro ponto chave do sucesso do franchising americano. Processos minuciosamente descritos e executados são também a garantia de que o sistema tem para ser multiplicado com segurança. Há muito cuidado na estruturação dos processos, desde o início da franquia. Isso faz com que muito seja economizado após a formação da rede. Muitas vezes no Brasil, focamos no treinamento das equipes, quando uma etapa anterior, que é a de descrever como se deve conduzir as atividades, não está clara e nem formalizada. Alguns milhares poderiam ser economizados pelas redes em treinamentos e reciclagem se tivessem estruturado seus processos de forma cuidadosa desde o princípio. E cuidado também é uma palavra importante por lá. Cuidado com os valores da empresa, com a aderência do franqueado a esses valores, para que os objetivos dele estejam alinhados com as perspectivas reais de ganho com o negócio, na transparência no relacionamento com o franqueado. Tudo isso com o único objetivo de se ter a pessoa certa no seu negócio, aquele que vai jogar junto e não apenas esperar o passe certeiro. E no jogo do franchising, os americanos estimulam a competição. Competição saudável na rede que gere visão de horizonte e de identificação de falhas. É comum nas redes norte-americanas o franqueador, por meio da gestão dos indicadores das unidades, promover uma competição na qual franqueados com baixo desempenho se espelham naqueles com melhor desempenho para atingirem objetivos maiores. Isso é levado tão a sério que as ações entre franqueados de mentoring e coaching podem inclusive ser remuneradas. Tudo isso de forma bastante séria e profissional. Os aprendizados foram muitos e ainda rendem algumas linhas, mas deixo um convite para estarem conosco no ano que vem e verem de perto como fazer um franchising sólido e consistente no celeiro mundial das franquias, os EUA.
Brasil Econômico – SP