Presidente do Banco do Brasil substituirá Luciano Coutinho no BNDES
Bendine foi convidado em novembro, mas só agora aceitou. Ex-secretário da Fazenda deve ir para o Banco do Brasil
POR O GLOBO
15/01/2015 6:00 / ATUALIZADO 15/01/2015 7:29
BRASÍLIA – O presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, será o próximo presidente do BNDES. Segundo fontes do governo, ele aceitou o convite feito pela presidente Dilma Rousseff. A troca, entretanto, deve demorar. O anúncio oficial não sairá neste mês, embora o atual presidente, Luciano Coutinho, já esteja de aviso-prévio, segundo interlocutores do Palácio do Planalto. Nesta quarta-feira, ele tomou um chá de cadeira da presidente de cerca de duas horas. Na sala com a chefe, estava Bendine, que interrompeu as férias para acertar a mudança para o Rio de Janeiro.
O convite a Bendine para assumir o BNDES aconteceu em novembro, segundo revelou o GLOBO no dia 24 daquele mês. Segundo interlocutores, Bendine ficou na dúvida na época e chegou a dizer a amigos que iria para a iniciativa privada. Agora, teria mudado de ideia.
Bendine ficou à frente do BB por seis anos, mas desde o ano passado está afastado de várias atividades da instituição, já em uma espécie de transição interna para sua saída. Ele ficou desgastado com denúncias de favorecimento. A principal delas foi que teria ajudado em um empréstimo do BB, com recursos de uma linha do BNDES, à socialite Val Marchiori, que participou do programa Mulheres Ricas.
CAFFARELLI DEVE ASSUMIR O BB
Com a ida de Bendine para o BNDES, a tendência é que o ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, Paulo Rogério Caffarelli, assuma o BB. O técnico fez carreira na instituição e chegou até a vice-presidência do BB.
Nesse arranjo, perde espaço outro vice-presidente do Banco do Brasil. Alexandre Abreu, responsável pela área de Varejo, foi cotado tanto para presidente do BNDES quanto para assumir o BB. Na prática, ele já atua internamente como presidente do Banco do Brasil, mas não deve ser promovido.
Bendine chega para comandar o BNDES num momento em que o perfil da instituição deve ser mudado. O banco pode ficar sob o comando do Ministério do Planejamento. O desenho da mudança ainda está sendo feito pela nova equipe econômica. A ideia dos técnicos é planejar estrategicamente o emprego dos R$ 200 bilhões em empréstimos da instituição.
O Globo Online – RJ