21/12/2014 18h12
Concorrendo pela liderança “do atacarejo” com o Carrefour, marca do GPA manterá ritmo acelerado de vendas e pretende entrar em novas regiões da grande SP
A marca de “atacarejo” do Grupo Pão de Açúcar (GPA), o Assaí, tem em 2015 a expectativa de manter o ritmo de crescimento acelerado de vendas dos últimos anos, aumentando vendas em cerca de 32%, afirmou em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o presidente da rede, Belmiro Gomes. Para que se concretize essa expectativa, disse, a companhia precisará acelerar o ritmo de abertura de lojas novas.
Acelerar a expansão é a estratégia da empresa para ganhar mercado em novas regiões e tentar conquistar uma fatia maior também na Grande São Paulo, onde só este ano já inaugurou três lojas, a última nesta sexta-feira, em Taboão da Serra. “Para crescermos no ano que vem sobre uma base de comparação já forte, precisamos ter uma aceleração (da expansão) física”, afirmou Gomes. Ele não revelou qual o número de unidades previstas para 2015.
O incentivo para investir em unidades novas está no potencial do formato de atacado de autosserviço. “Os grandes motivadores do crescimento do formato devem ser mantidos independentemente de um cenário macroeconômico mais difícil”, avalia Gomes. A companhia vê continuidade da demanda de pequenos comerciantes, que se abastecem nos atacadistas diante de uma dificuldade cada vez maior da indústria de realizar entregas em ambientes urbanos.
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Até o final deste ano, o Assai terá aberto 10 pontos de venda novos. Outras duas inaugurações previstas atrasaram e ficam para o início de 2015. A meta divulgada ano passado era abrir entre 12 a 15 lojas.Outra explicação para o crescimento do Assaí, na avaliação de Gomes, é que os consumidores pessoa física também passam a procurar mais o “atacarejo” quando a disponibilidade de renda diminui. O executivo diz que já é possível notar “uma busca maior” por parte dos consumidores. “Mas não visamos substituir o canal de varejo tradicional”, comenta.
“Há uma preocupação de não oferecermos um mix de produtos tão amplo porque isso significaria alta de custos e perderíamos nossa proposta de valor”, disse. Apesar disso, em datas sazonais o Assaí aposta nesse tipo de consumidor. Para o Natal, promete preços “agressivos” em itens como bacalhau e uísque e aceitará parcelamento em até três vezes sem juros.
Novos mercados
O projeto de expansão mais agressivo do Assaí passou, em 2013, pela decisão de ampliar o número de regiões onde a marca estaria presente. Naquele ano, a rede, que estava em seis Estados, chegou a doze. Já este ano, contou Gomes, a companhia deu atenção também ao Estado de São Paulo, enquanto mantinha inaugurações em outros locais.
Competindo pela liderança do “atacarejo” com o Carrefour, detentor da bandeira Atacadão, o Assaí tem buscado terrenos para abrir lojas também na capital paulista. Sobre as grandes metrópoles, o diretor geral do Atacadão, Roberto Müssnich, já considerou que têm vantagem por ter inaugurado lojas há mais de 40 anos em áreas antes remotas, hoje “abraçadas pelas cidades”. O Carrefour recentemente lançou uma bandeira nova de atacado, o Supeco, que tem menor área de vendas, cujo plano de expansão mira ambientes densamente urbanizados.
O tamanho médio de uma loja Assaí sob o atual formato é de cerca de 12 mil metros quadrados de área de vendas, em torno de 20 mil metros quadrados no total. Achar locais assim em grandes cidades e conseguir aprovações de prefeituras para construir tem sido desafiador, diz presidente do Assaí. A rede não descarta apostar em áreas menores em regiões assim, desde que seja possível ter lojas com pé-direito alto, detalhe relevante porque permite manter estoques em loja, sem necessidade de as mercadorias passarem por um centro de distribuição.
Para o futuro, o Assaí ainda acredita que pode chegar a novos estados. “Um plano agressivo para uma expansão pesada a nível nacional” é uma possibilidade, diz Gomes, sem dar mais detalhes.
Revista Época Negócios on-line – SP