10/12/2014 às 05h00
Por Adriana Meyge | De São Paulo
Questões de gênero, a busca pela felicidade e a conectividade vão atrair a atenção do consumidor no Brasil em 2015, de acordo com a consultoria britânica Mintel. As tendências foram identificadas a partir de pesquisas de comportamento e de intenção de consumo.
“As pessoas estão questionando as noções tradicionais de gênero, rejeitando as restrições de estereótipos e abraçando a liberdade de serem elas mesmas e fazerem o que quiserem”, afirma Renata Moura, analista da Mintel. Segundo a consultoria, as mulheres brasileiras gastam diariamente quase o mesmo tempo que os homens com trabalho, deslocamento e atividades de lazer, mas ainda dedicam uma média de três horas ao dia a tarefas domésticas, como limpar a casa e cozinhar, enquanto os homens gastam 1,6 hora diariamente com essas atividades.
“Empresas de comida e bebida poderiam apelar ainda mais para essas mulheres sobrecarregadas de trabalho, já que 31% das mães estão comprando mais alimentos convenientes e 26% estão pedindo comida em casa para sua família com mais frequência”, diz Renata. Os homens, por sua vez, estão procurando mais produtos de beleza.
“O bem-estar emocional está se tornando o pilar da saúde e do bem-estar, fazendo com que as pessoas busquem ativamente a felicidade e procurem produtos que melhorem seu humor e estilo de vida”, diz Renata. Com essa perspectiva, 75% dos adultos consultados disseram que têm foco no cuidado com a aparência, o que pode indicar uma oportunidade para a indústria cosmética. Passar mais tempo com a família está nos planos de 74% dos entrevistados, o que pode impulsionar o consumo de jogos e produtos e serviços relacionados ao lazer fora de casa.
A Mintel também prevê que dispositivos sincronizados e a tecnologia para vestir vão se popularizar no Brasil, depois de ter conquistado espaço em países como os Estados Unidos. Segundo a consultoria, 21% dos brasileiros de 16 a 24 anos que moram com seus pais planejam comprar equipamentos como TV LED, notebooks e smartphones no curto prazo.
Valor Econômico – SP