Publicação: 06/12/2014 06:09 Atualização:
A melhora do mercado de trabalho nos Estados Unidos, que poderá registrar em 2014 a maior geração de empregos em 15 anos, tem sido apontada por especialistas como a senha para que o Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, comece a elevar os juros básicos da maior economia do mundo já na primeira metade do próximo ano, o que terá consequências nos mercados financeiros de todo o mundo.
Após ter recebido uma enxurrada de dinheiro nos últimos anos, o Brasil teme que alguns dos investidores que mantêm bilhões de dólares aplicados no país em ações ou em títulos da dívida pública batam em retirada em busca de operações mais seguras nos EUA. Estamos numa situação sem precedentes, nunca antes vista em termos de política monetária, disse ontem o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, durante seminário realizado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em Santiago, no Chile.
Não por outro motivo, Tombini reforçou que qualquer alteração da política monetária dos EUA deverá levar em consideração os possíveis impactos sobre as demais economias, em especial as dos países em desenvolvimento, que nos últimos anos receberam boa parte dos capitais que, agora, podem migrar para os EUA. Hoje, os emergentes são 50% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial, disse.
Uma saída abrupta desses recursos poderá levar o dólar a bater novos recordes de alta. O presidente do BC assegurou, contudo, que o país está preparado. Nossa primeira linha de defesa é o câmbio flexível, afirmou, reforçando que, no Brasil, o dólar é flutuante. Tombini deixou claro também que conta com a ajuda de uma política fiscal robusta, que auxilie o país a absorver choques externos. Temos que ter políticas fiscal e monetária coerentes, declarou.
Correio Braziliense on-line – DF