03/11/2014 às 05h00
Por Angela Bittencourt | De São Paulo
Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Bradesco, foi convidado pela presidente Dilma Rousseff para ocupar o cargo de Ministro da Fazenda a partir de 1º de janeiro de 2015, mas não aceitou. Não foi aberta, segundo apurou o Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, qualquer negociação que pudesse alterar a negativa de Trabuco, que tem um estupendo desafio de gestão à frente do Bradesco – o segundo maior banco privado do país.
“Não faz qualquer sentido supor que Trabuco faria alguma exigência à presidente da República para assumir um cargo de tamanha importância. E quem conhece Trabuco sabe também que ele não tem esse perfil”, relatou ao Valor um executivo próximo ao presidente do Bradesco, a quem descreve como um profissional “muito propositivo”.
“Até por essa característica pessoal, não faria sentido ele deixar o comando do Bradesco para assumir uma função no governo”, disse a fonte, que pediu para ficar no anonimato.
Ao contrário de outros integrantes do mercado financeiro, esse interlocutor confessou não ter se surpreendido com o interesse de Dilma Rousseff em indicar um “banqueiro” para a Fazenda. “Ele é um alto executivo, sempre aberto às discussões e sempre se pautou e orientou sua equipe a prestar ajuda a qualquer governo, não este ou aquele governo, mas a qualquer um. E esse comportamento é atribuído ao reconhecimento que Trabuco sempre demonstrou pela coisa pública, pelo bem comum”, observou.
Luiz Carlos Trabuco Cappi foi indicado a Dilma para comandar a Fazenda pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, responsável por uma pequena lista de indicações encaminhada à presidente ainda no ano passado. Nessa lista, figuram também o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles e o ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda Nelson Barbosa.
Valor Econômico – SP