21/10/2014
Adidas, a segunda maior fabricante de produtos esportivos do mundo, se valorizou em Frankfurt graças a um informe de que um grupo de investidores planeja ofertar cerca de 1,7 bilhão (US 2,2 bilhões) pela Reebok.
As ações subiram 7,2% para 58,57, o maior avanço intradiário desde 3 de maio de 2013.
A Jynwel Capital, investidora em private equity com sede em Hong Kong, e fundos afiliados ao governo de Abu Dhabi planejam fazer uma oferta “de forma iminente” à Adidas, segundo o diário “The Wall Street Journal”, que cita fontes do setor. A Adidas não quis comentar. A Jynwel Capital avalia oportunidades de investimento constantemente, mas não comenta sobre especulações, disse uma porta-voz por e-mail.
A Reebok tem sido uma carga para Adidas desde que foi adquirida pela empresa com sede em Herzogenaurach (Alemanha), por US 3,8 bilhões em 2006. Após ajudar a converter o “step” aeróbico em uma prática básica das academias há duas décadas, a marca passa por épocas difíceis, com um recuo da sua fatia no mercado de artigos esportivos. A Reebok procura se reposicionar como líder na roupa esportiva após ter sido substituída como fornecedora da National Football League em 2012.
“Ainda que a oferta possa aplacar os investidores da Adidas em busca de uma liquidez rápida e simples, seria algo assim como uma admissão de derrota da parte da estratégia da Adidas na América do Norte e no mundo”, disse por e-mail Jon Copestake, analista da Economist Intelligence Unit.
Não se sabe qual fundo de Abu Dhabi se uniria à Jynwel na sua oferta pela Reebok, disse o “Journal”. O grupo planeja manter a estratégia da marca e fornecer mais financiamento para marketing e lojas novas, mantendo os executivos da Reebok, segundo o relatório. Os investidores contataram a gestão da Reebok pela primeira vez com a ideia de fazer um investimento no final do ano passado, disse o Journal.
“Seria uma surpresa se a equipe de gestão que sempre respaldou a aquisição quisesse vender”, disse em uma nota Julian Easthope, analista do Barclays. “O que isto mostra é que as partes têm valor e que a gestão da Adidas sentirá a pressão para extrair valor do grupo”.
A empresa vem passando por um ano difícil. Suas ações despencaram 38% em meio à dura concorrência da Nike e da Under Armour e ao declínio do mercado de equipamentos de golfe. Em julho, a empresa descartou sua previsão de lucros para o ano e abandonou suas antigas metas de vendas e lucros para 2015.
No mês passado, a Adidas anunciou planos para recomprar até 1,5 bilhão das suas ações em três anos.
Valor Econômico – SP