21/10/2014 às 05h00
Por Vinícius Pinheiro | De São Paulo
A tensão nos mercados nos dias que antecedem o segundo turno das eleições brasileiras passa mais longe das firmas que investem na compra de participações em empresas. Apesar da desaceleração da economia e a incerteza política, as gestoras estrangeiras de private equity mantêm apetite por novos negócios no Brasil.
Para Mario Giannini, presidente mundial da gestora americana Hamilton Lane, os investimentos no país apresentam um bom desempenho, mesmo em meio ao ambiente menos favorável. “O Brasil não é a única economia a enfrentar problemas”, diz o executivo da firma americana de “fundos de fundos”.
No país, a Hamilton Lane é cotista de gestoras como DGF Investimentos e Vinci Partners. Com a mesma Vinci e a P2 Brasil (associação entre Pátria Investimentos e Promon), a gestora investiu na Companhia Brasileira de Offshore (CBO), empresa de construção naval. A expectativa é de que dois novos negócios sejam fechados até o fim do ano.
Embora avalie ser “difícil” fazer negócio no país, a suíça Partners Group também vê oportunidades no país. “Mas depois das melhoras econômicas da última década, o Brasil precisa avançar para o próximo estágio”, diz Urs Wietlisbach, um dos fundadores da gestora, que possui investimentos em fundos locais e em empresas como a rede de varejo esportivo Centauro.
Mesmo que o próximo governo não avance em agendas como as reformas trabalhista e tributária, a expectativa é que o país continue a atrair investimentos de private equity. “Governos vêm e vão. O importante para nós é encontrar ativos com uma boa relação entre risco e retorno”, afirma o executivo da Partners. Essa relação melhorou para os estrangeiros com a recente desvalorização do real, que tornou as companhias brasileiras mais baratas em dólar.
Valor Econômico – SP