14/10/2014 17h26
O grupo Banco do Brasil e Mapfre lançou nesta terça-feira (14/10) um novo modelo de negócios para a venda de seguros. A empresa desenvolveu um vale seguro que será vendido em supermercados, bancas de jornal e outros varejistas. A ideia é que a pessoa adquira o serviço com a mesma facilidade com que compra créditos para o iTunes. O objetivo é conquistar clientes, tornando o produto mais acessível e próximo ao consumidor.
Dentro de cada vale, haverá um código de ativação para ser cadastrado na internet e oficializar o novo cliente. O processo é concluído sem a presença de um corretor mas, até dois dias depois de fazer o cadastro no site, o cliente receberá a ligação de um representante, para esclarecer dúvidas e oferecer outros serviços.
Inicialmente, estará disponível nas lojas o seguro para residências em três valores: de R$ 60, R$ 75 e R$ 85 por ano. Cada preço dá direito a uma faixa de cobertura diferente. O mais barato cobre danos de até R$ 40 mil por incêndio, explosão, raio ou queda de aeronave. Atualmente, apenas 4% das casas brasileiras possuem seguro – um dos motivos para a baixa penetração é a ideia de que esse tipo de seguro é muito caro.
A proposta do BB Mapfre é estender o portfólio para outros serviços como seguro de vida, celular, automóvel, pet e viagem. Os primeiros displays devem ser colocados nas lojas parceiras em janeiro.
A empresa não fala sobre o impacto que o projeto, batizado de Família Sempre Protegida, terá no faturamento da empresa, mas a expectativa é que os produtos criem um novo nicho de clientes. “As pesquisas mostram um cenário favorável de intenção de compra. Estamos indo até os clientes. As expectativas de venda são altas, mas vamos navegar em um mar bastante diferente”, afirma Paulo Rossi, superintendente de marketing do BB Mapfre.
Outra novidade a ser lançada é uma máquina de venda automática de seguros. Programada para vender os cartões em metrôs ou aeroportos, por exemplo, ela possui uma tela que exibirá vídeo explicativos para os interessados.
O Família Sempre Protegida demorou dois anos para ser desenvolvido. Diferentes áreas do grupo foram envolvidas para criar o novo formato. Um dos desafios do projeto foi adequar uma empresa de seguros para administrar estoques, já que os vales seguros concretizaram o que antes era apenas um serviço.
Pesquisa
O Ibope realizou uma pesquisa em parceria com o BB Mapfre para entender o perfil das pessoas que possuem ou não seguros. Entre os grupos identificados pelo levantamento que tendem a rejeitar o serviço estão pessoas jovens, que consideram não ter patrimônio suficiente para justificar um seguro; homens de cerca de 40 anos, que dizem não ter muita preocupação com o futuro; pessoas mais velhas ou que sentem que não tem muito a perder; e, por fim, aquelas que acham que há poucas chances de um acidente acontecer e que pensar demais em coisas ruins “atrai”.
Já os consumidores que são menos resistentes ao seguro são aqueles que já viveram uma experiência em que o produto fez diferença, seja para um amigo próximo ou parente. Nesse caso, a maior barreira costuma ser a percepção de que fazer um seguro pode ser muito caro.