De acordo com a 33ª edição do relatório WebShoppers, divulgada nesta quarta-feira, setor deve movimentar R$ 44,6 bilhões até o final do ano
A E-bit/Buscapé, unidade especializada em informações de comércio eletrônico do Buscapé Company, lançou, nesta quarta-feira, 24, a 33ª edição do relatório WebShoppers. A pesquisa traz um panorama do comércio eletrônico em 2015 e aponta as expectativas para 2016.
De acordo com o relatório, o setor registrou um crescimento nominal de 15% no faturamento, movimentando R$ 41,3 bilhões. A previsão é de que, até o final do ano, o e-commerce nacional fature R$ 44,6 bilhões, o que representa um acréscimo nominal de 8% em relação ao período anterior.
“Dentro do cenário de crise econômica, com aumento de inflação, desemprego e incertezas ao longo de 2015, o e-commerce se mostrou uma excelente alternativa na busca de bons negócios para o consumidor, apresentando faturamento muito acima do registrado no varejo tradicional”, afirma o fundador da E-bit, Pedro Guasti.
Entre os pontos fortes, o crescimento expressivo das vendas feitas por dispositivos móveis, que passaram a representar 12% do faturamento, na média do ano, e 14,3%, em dezembro. O número de consumidores que realizaram pelo menos uma compra via Internet chegou a 39,1 milhões, volume 3% maior, se comparado a 2014. A quantidade de pedidos cresceu 3%, atingindo 106,2 milhões. Já o tíquete médio das compras ficou em R$ 388, valor 12% mais alto, se comparado ao ano anterior. Para 2016, estima-se que o tíquete médio das compras gire em torno de R$ 419, o que representa um crescimento de 8% em relação ao ano passado.
“O crescimento no número de consumidores ativos foi menor se comparado a outros anos. Isso tem relação com a redução da participação da classe C nas compras online nesse período. Em contrapartida, o público de renda mais elevada comprou mais pela Internet. Essa é uma das explicações para o crescimento do tíquete médio. Outros fatores que justificam esse quadro são o aumento de 8,94% nos preços praticados, segundo o Índice FIPE/Buscapé, e a preferência dos consumidores por produtos recém-lançados e de alto valor agregado”, explica o diretor executivo da E-bit/Buscapé, André Ricardo Dias.
Um ponto de destaque no ano passado foi a elevação no NPS (Net Promoter Score), que mensura a satisfação e a fidelização dos clientes no comércio eletrônico. No segundo semestre, o índice apresentou seu melhor resultado desde 2013, com 65% de satisfação. Isso aconteceu em virtude da diminuição no atraso das entregas e da melhoria dos serviços prestados pelas lojas. Mesmo a diminuição da oferta de frete grátis pelas lojas, durante o período, não interferiu nesse resultado. Em 2015, apenas 39% das compras (dezembro/2015) não tiveram cobrança de entrega.
Aumento de compras em sites internacionais
Em dezembro de 2015, a E-bit/Buscapé realizou nova pesquisa com os e-consumidores para estudar seus hábitos de compra em sites internacionais (cross-border). Mesmo com toda a incerteza da economia e o impacto da desvalorização do real, houve um crescimento expressivo de usuários brasileiros em sites estrangeiros em relação aos dois anos anteriores. Se em 2014 a quantidade de compradores nesses sites chegou a 38%, em 2015 esse número avançou para 54%.
Foram 14,9 milhões de consumidores únicos que realizaram compras em sites fora do Brasil (como Aliexpress, Amazon e eBay, entre outros), tendo gasto no total US$ 2,02 bilhões, 18% a mais que em 2014. As categorias mais procuradas foram “Eletrônicos”, “Moda e Acessórios” e “Informática”, respectivamente.
Alta no Índice FIPE/Buscapé
No ano de 2015, a alta dos preços no varejo atingiu também o comércio eletrônico brasileiro. O Índice FIPE/Buscapé registrou valores 8,94% mais caros que o ano anterior. A alta da inflação ajudou a diminuir o poder de compra dos trabalhadores, principalmente os de menor renda. A classe C terminou o ano com 39% de participação nas compras (dezembro/2015), diferente dos 54% anteriores (novembro/2013). O relatório WebShoppers tem o apoio premium da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), além da IAB, Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net) e do E-Commerce Brasil, na divulgação dos dados para o mercado.