Para enfrentar o momento turbulento do varejo de moda e conquistar consumidores, lojistas apostam em criatividade, comércio eletrônico, redução de margens, promoções e melhora na prestação de serviços. O clima ainda é de cautela e não se vê retomada de vendas mais expressivas a curto prazo, mas empresários têm buscado soluções para minimizar as perdas.
O comércio eletrônico foi a força por trás da marca de roupa feminina carioca Manu Manu nesta pandemia. A loja de Ipanema ficou fechada por quatro meses, até julho. A proprietária Manoela Abitbol conseguiu evitar demissões com o financiamento do governo para bancar parte dos salários e negociou desconto de 70% no aluguel da loja até novembro. Além disso, decidiu investir na venda on-line, com uma empresa de marketing digital, e agora, recebe pedidos de todo o Brasil, como um recente do interior de Rondônia.
Ela ainda prevê alguns meses difíceis para o varejo físico. “A procura na loja melhorou em setembro, mas voltou a cair em janeiro. Vamos esperar os próximos meses, estou esperançosa”, diz.
Fundador da marca de moda masculina Capi, Rodrigo Capiberibe defende que é preciso muita criatividade e improviso para sobreviver neste momento, além do que ele chama de básico: redução de custos e otimização de processos. No início da pandemia, ele fechou uma das lojas, no Shopping Rio Sul, para se manter com menos custos e focar na unidade de Ipanema e nas vendas on-line.
“É preciso fugir do trivial e ter muita criatividade e improviso. Os consumidores estão cada vez mais exigentes. Precisamos do produto da melhor qualidade, com melhor custo benefício. É preciso trabalhar na margem, no custo de produção e investir muito em serviço”, afirma.
Para atender de forma mais rápida ao consumidor, por exemplo, criou a “entrega a jato”, em que compras feitas até 17h são entregues no mesmo dia na casa dos clientes no Rio, por meio de uma rede de parceiros. “Não temos volume para recorrer a uma transportadora para dar agilidade à entrega, então criamos essa solução. A gente está fazendo tudo o que dá para estar mais perto do cliente”, conta.
Fonte: Valor Econômico