Movimentar o corpo com a dança do momento, comprar legumes orgânicos e, de quebra, ver fotos e instrumentos dos Beatles. Geralmente, não se espera encontrar essas atrações em shoppings. No entanto, os centros de compras oferecem todas elas e outras mais.
Recentemente, esses lugares deixaram de fazer ações só perto de datas do comércio, como Dia das Mães e Natal, para ter atrações em muito mais dias ao longo do ano. “A população quer ver coisas novas sempre. Vivemos numa era em que as coisas mudam muito rápido e os shoppings refletem isso”, analisa Glauco Humai, presidente da Abrasce, a associação brasileira de shoppings.
O aumento das atrações também é fruto da crise. “Não queríamos que o cliente se afastasse e criamos opções para ele ter lazer sem precisar comprar”, conta Katia Ardito, gerente de marketing do MorumbiShopping.
“Nesses tempos, alguns shoppings também cedem áreas ociosas para ações sociais, como vacinações, para aumentar sua integração com a comunidade”, analisa José Roberto Baldim, professor de varejo na Faap e diretor do grupo Tivoli.
O posicionamento como centros de lazer também é uma forma de se preparar para o futuro. Cresce a cada ano o volume de compras virtuais, por exemplo. “Pensem em ‘Sex and the City’. A cena de uma mulher levando dez sacolas não está mais tão na moda”, diz Ruy Kameyama, diretor da BRMalls, que administra o Villa-Lobos, entre outros. “Mas encontrar as amigas num bar ou restaurante para socializar continua forte.”
Em dezembro, o shopping D abrirá uma nova área de restaurantes, com a primeira unidade do Mocotó nesses espaços. É mais um item de um cardápio que não para de crescer.