Por Helena Benfica | A colombiana Rappi fechou uma parceria com o grupo Habib’s para alavancar o Turbo Restaurantes, serviço de entrega ultrarrápida de refeições. Com a iniciativa, a plataforma pretende dobrar a representatividade da vertical de restaurantes em sua operação no Brasil, que atualmente é de 20%, até o fim do ano.
“Esperamos também um aumento de frequência, uma vez que clientes Turbo consomem mais vezes na plataforma”, afirma Felipe Criniti, CEO do Rappi Brasil ao Valor. Criniti está no comando das operações brasileiras desde julho do ano passado, quando foi feita a aquisição da plataforma Box Delivery, criada por ele em 2016.
A partir deste mês, os usuários Rappi podem fazer pedidos na rede de comida árabe e recebê-los em casa em até 15 minutos, em alguns casos com frete grátis. A funcionalidade já está disponível na Grande São Paulo e, em breve, será implementada em mais unidades na região, além de ser ampliada para outras cidades.
“Não é algo simples de orquestrar, mas depois de todo o piloto, desde o começo de março até hoje, estamos bem seguros para lançar”, afirma Roberto Gnypek, diretor de Marketing do Grupo Habib’s, que também opera as redes Ragazzo, Tendall Grill, Mita e Cabulosa. Atualmente, o delivery representa 20% do faturamento do grupo, que somou R$ 1,6 bilhão no ano passado.
Segundo Gnypek, das 1 milhão de transações que ocorrem neste canal mensalmente, 700 mil são de Habib’s. A expectativa, segundo ele, é que a parceria com a Rappi eleve essa participação em pelo menos 30%. Para promover a iniciativa, a companhia está investindo cerca de R$ 5 milhões em ações de marketing, tanto no ambiente digital quanto no físico.
“Acho que estamos sendo conservadores, o potencial é muito grande”, afirma o executivo. “Quando você mistura dois elementos importantes, que são ser atendido prontamente e oferecer uma vantagem promocional, é um ganha-ganha incrível para o consumidor”, avalia Gnypek.
No que diz respeito à logística, os 100 restaurantes Habib’s que vão participar da operação foram adaptados para ter uma linha de produção exclusiva para o Turbo. Além disso, a previsão é que 2.500 entregadores independentes estejam disponíveis para realizar entregas da rede de comida árabe.
Do ponto de vista de custos, o delivery tende a ser um serviço mais oneroso se comparado com o consumo no balcão, uma vez que envolve custos adicionais como embalagem e taxa de entrega. “O que a gente acredita é que a escala que podemos ter vai fazer com que a gente compense essas questões e tenha ganhos financeiros”, afirma Gnypek.
Para Mikaely Correa, analista de pesquisa da consultoria Euromonitor International, o delivery ainda tem mais espaço para crescer no país, “principalmente pautado na busca por conveniência e estilos de vida mais acelerados”, afirma.
Segundo a consultoria, esse canal deve avançar em média 6,9% (valor nominal) entre 2024 e 2028. O iFood é o líder absoluto no segmento de aplicativos de delivery no país, com mais de 70% de participação no mercado.
Fonte: Valor Econômico