O setor do varejo sofreu transformações intensas durante a pandemia. Com o avanço do e-commerce no Brasil, está cada vez mais comum o aporte em retailtechs — startups que atuam no desempenho online do varejo — por parte das grandes empresas, como forma de inovação tecnológica e sobrevivência dentro do mercado.
Em um cenário no qual as vendas em lojas físicas caíram por quase um ano, a presença da inovação tecnológica se fez muito necessária. O investimento nas retailtechs triplicou nos dois primeiros meses de 2021, em comparação com o ano anterior. É o que mostra a pesquisa Inside Retailtech Report, realizada pela Distrito Dataminer e enviada em primeira mão para a Consumidor Moderno.
Um crescimento alinhado ao e-commerce
Se o ano de 2020 teve um aumento de vendas 75% para o e-commerce, o investimento nas retailtechs acompanhou o crescimento. O estudo destaca que janeiro e fevereiro de 2021 acumularam um movimento total de 194,3 milhões de dólares. No ano passado, esse valor fechou em torno dos US$ 56,9 milhões. Além de apresentar crescimento exponencial, o número para o primeiro bimestre de 2021 é o maior nos últimos 10 anos.
A pesquisa destaca também que o alto desempenho do setor se deve à MadeiraMadeira. A empresa recebeu uma mega rodada de investimento no valor de US$ 190 milhões no começo de janeiro. Os outros dois aportes do ano foram para a Omni.Chat, feito pela Canary e pela Aimorés Investimentos, e para a Unbox, pela gestora Maya Capital.
“Somente nestes dois primeiros meses do ano, o volume de investimento já representa 26% do total investido no ano passado”, ressalta Tiago Ávila, líder do Distrito Dataminer.
A pesquisa mostra que a expectativa de aplicações em retailtechs é superar o recorde de investimentos feitos ao longo de 2020 (US$ 711,1 milhões).
“Se continuarmos neste ritmo, esperamos que o ano de 2021 supere 2020, tanto em volume de investimento quanto em número de aportes”, completa Ávila.
Uma inovação tecnológica em crescimento
Segundo o mapeamento da Distrito, o Brasil tem um total de 748 startups voltadas ao varejo. Dessas, mais de 70% atuam nas principais lojas do país. As funções focam no desenvolvimento de softwares de logística, operações e adaptação de plataforma para e-commerce. Há também o uso de recursos como o IoT (Internet das coisas) e a inteligência artificial para implementar o comércio.
A tendência, de acordo com o estudo, é que novas oportunidades surjam no mercado. Isso gera a expectativa de que essas startups modernizem ainda mais o processo de vendas do e-commerce.
O relatório aponta também que o crescimento de retailtechs é exponencial. De 2015 para cá, a média anual de novas startups é de 65 empresas. É válido observar também que o aumento expressivo de retailtechs gerou mais trabalho. Ao todo, são 44 mil pessoas empregadas, a maioria centrada em pagamentos (14.064) e e-commerce (13.819).
Foco no B2B
O estudo destaca que quase 70% das retailtechs possuem modelos de negócios voltados para outras companhias, o que mostra que a tendência dessa inovação tecnológica é atender as grandes corporações do varejo. Quando somadas as companhias que atendem B2B , B2C e B2B2C, o valor aumenta para 85%.
No entanto, o foco das retailtechs ainda tem como principal atuação o serviço de empresa para empresa. Das 748 startups ativas no mercado, 523 tem como público alvo o B2B.
Fonte: Consumidor Moderno