Segundo a empresa, política de “preços de atacado” tem a missão de reconquistar clientes para a marca de hipermercados
Por Bruna Soares
Apesar de adotar uma estratégia de preços que também contempla o atacado, o Extra Hiper não será transformado em um cash & carry. Em entrevista exclusiva ao Jornal Giro News, Lucas Zanon, Diretor de Operações da rede, revela que o intuito é o contrário: reforçar, como hipermercado, o posicionamento de serviços e sortimento, sobretudo em perecíveis e não alimentos, como eletro e bazar. “Nos últimos cinco anos, o mercado brasileiro mudou bastante. Houve uma transformação do cash & carry para se adaptar para o cliente de varejo e, ao mesmo tempo, um nível de engajamento alto do brasileiro, que comprou esse modelo de preço de atacado. Nós acreditamos muito no formato de hipermercado e o que fizemos foi trazer à mercearia um posicionamento de preço alinhado com o que o atacado oferece e o desconto na compra de mais unidades.”
Modelo Impulsiona Vendas
O executivo ressalta que esse posicionamento visa facilitar o entendimento do cliente, que já está acostumado com a dinâmica do preço de atacado. “O nosso foco continua sendo o consumidor final, de varejo. Queremos ampliar a quantidade de clientes que frequentam a loja e resgatar os que eventualmente migraram para outros formatos, como o cash & carry, nos últimos anos.” A mudança na estratégia de preço do Extra Hiper foi iniciada em 2020 e já está presente nas 103 lojas da rede, em 17 estados, em cerca de 98% do sortimento de mercearia. Segundo Zanon, 23 unidades são consideradas mais maduras, pois atuam no modelo há mais tempo, e apresentam 20 pontos percentuais a mais em vendas. “Também percebemos que os consumidores estão comprando mais itens por cesta. Agora, estamos trabalhando maturação e adaptações regionais”, complementa.
Retrofit em Toda a Rede
No Extra Hiper, a redução de preços é viabilizada por meio do aumento do volume de vendas. “Geramos maior tráfego na loja e conversão de vendas. Desta forma, há uma diluição da despesa, apesar de não retirarmos serviços. Como temos competitividade em toda a mercearia, não precisamos fazer tantas promoções.” Além da mudança na estratégia, os pontos de venda estão sendo reformados, com foco em revitalização de fachada, pintura interna, layout e balcões de serviços para perecíveis. “Cerca de 35 unidades já foram renovadas e temos um cronograma para realizar esse projeto em todo o parque de lojas ao longo desse e do próximo ano.” De acordo com o diretor, outra frente estratégica na rede é o digital. Os hipermercados que têm uma maior maturação do canal contam com um espaço dedicado para os parceiros de last mile operarem, como iFood, Cornershop, Rappi e Supermercado Now
Fonte: GiroNews